Livro conta, 50 anos depois, os bastidores da queda do governador Haroldo Leon Peres

Haroldo Leon Peres
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Nesta terça-feira, 23 de novembro, completa 50 anos que o então governador do Estado, o maringaense Haroldo Leon Peres, enviou uma carta à Assembleia Legislativa anunciando que “Por este instrumento por mim feito e assinado, renuncio ao mandato de Governador do Estado do Paraná”. E assim terminava, com apenas 9 meses, a permanência no cargo do único governador do Paraná indicado pela ditadura militar a não completar seu mandato.

Como Leon Peres chegou ao cargo, os problemas de seus 252 dias de administração, a crise política que gerou e a queda, tudo isso está no livro “1971 – Conspiração, Conflitos e Corrupção: a queda de Haroldo Leon Peres”, que Jair Elias dos Santos Junior e Jean Luiz Féder lançam nesta terça-feira em Curitiba, a partir das 19 horas, na Livrarias Curitiba do Park Shopping Barigui, que fica na rua que leva o nome do vice-governador, Parigot de Souza, que assumiu o governo com a renúncia de Leon Peres. A obra tem 650 páginas, faz um pente-fino nos doze meses do ano de 1971 e custa R$ 69,90.

Leon Peres foi pioneiro em Maringá, onde iniciou sua vida política, chegando a disputar a prefeitura, quando foi derrotado pelo quase analfabeto Américo Dias Ferraz. Depois conseguiu ser eleito deputado estadual e deputado federal.

Segundo o livro de Jair Elias e Jean Féder, desde o início, mesmo antes de assumir – ele foi indicado para o cargo praticamente um ano antes de tomar posse, tendo o Paraná que conviver com a dualidade de um governador eleito pelo povo, Paulo Pimentel, e outro com a expectativa de assumir – Leon Peres foi polêmico, para dizer o mínimo. No governo atritou-se com o Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas, funcionários públicos e chamou seu governo de legítimo representante do golpe militar de 64. Nesta toada, julgando-se “senhor de tudo”, encontrou pelo caminho o empreiteiro Cecílio do Rego Almeida que tocava a obra da Estrada de Ferro Central do Paraná.

Representantes do governo (antes seu irmão Murillo, depois seu chefe do Gabinete de Despachos, Jerônimo Thomé da Silva) tentaram arrancar dinheiro do empreiteiro que fez uma denúncia escrita no SNI (Serviço Nacional de Informações) deflagrando a Operação Erva-Mate. A partir daí foi montado um dossiê com fotos e escutas telefônicas. Tudo compilado, os fatos pressionaram Leon Peres a renunciar, ou ser “cassado”, como ficou o registro para a história.


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