De acordo com especialistas, vacina não evita infecção, no entanto, protege o organismo contra o desenvolvimento de formas moderadas ou graves da doença.
Depois que o governador de São Paulo, João Dória, testou positivo para covid-19 mesmo já tendo tido a doença e sido vacinado, começou a circular nas redes sociais uma mensagem que diz que a maior prova de que a CoronaVac não tem eficácia é que o governador de São Paulo, João Doria, pegou Covid duas vezes. Isto é FAKE e faz parte da criminosa campanha para descredibilizar as vacinas, principalmente a CoronaVac.
Os anti-vacinas usaram as redes sociais e até mesmo sites que parecem ter como principal objetivo divulgar todas as espécies de fake news, inclusive usando fontes falsas, como nomes de grande biólogos, infectologistas e outros cientistas.
Segundo o Instituto Butantan, nenhuma vacina contra a Covid-19 é barreira para a infecção pelo novo coronavírus e que o imunizante protege especialmente contra formas moderadas e graves da doença, evitando hospitalizações e mortes. “A eficácia da vacina foi atestada pela Anvisa e pela Organização Mundial de Saúde”, afirma.
A professora Ana B. Gorini da Veiga, da Universidade Federal de Ciências da Saúde de Porto Alegre, explica que a vacina não é uma barreira para a infecção. “Ela não evita que o vírus entre na célula. Ela não protege ninguém de se infectar. Por isso que é tão importante que, mesmo com a vacinação, a gente mantenha as medidas de distanciamento e o uso de máscara”, afirma.
A função da vacina é fazer a pessoa produzir anticorpos, detalha a professora. No momento em que o vírus entra na célula, essa pessoa vai conseguir combatê-lo melhor. Mas, uma vez que ele estiver na célula, ele vai se replicar e a pessoa poderá desenvolver os sintomas da doença.
“Só que esses sintomas vão ser mais leves porque o organismo da pessoa, seus anticorpos, vão controlar melhor a replicação do vírus dentro da célula, e a pessoa acaba reduzindo o risco de desenvolver sintomas mais graves ou quadros mais graves da doença. A vacina é justamente para evitar a doença grave, mas ela não impede ninguém de se infectar”, complementa.
A agência de checagem de notícias Fato ou Fake, ligado ao Grupo Globo (TV Globo, GloboNews, Sistema Globo de Rádios, CBN, jornais O Globo, Extra e Valor), ouviu também o chefe do Serviço de Infectologia do Hospital São Lucas da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul e líder do estudo com a CoronaVac no Estado, Fabiano Ramos, que frisa que a vacina atingiu seu objetivo. “A gente sabe que o principal objetivo da vacina é evitar formas moderadas ou graves da doença. Então esse objetivo a vacina cumpriu. Porém, a gente sabe que nenhuma das vacinas evita a aquisição do vírus. Então formas leves ou formas assintomáticas, mesmo a pessoa [estando] vacinada, ela pode adquirir o vírus”, disse.
O governador João Doria testou positivo para coronavírus em agosto de 2020. Ele tomou a primeira dose da CoronaVac em 7 de maio de 2021 e a segunda dose em 4 de junho. Ele testou positivo para Covid pela segunda vez no dia 15 de julho.
Consultado sobre a mensagem falsa, o governo de São Paulo lamenta que “ativistas digitais usem as mídias sociais para espalhar desinformação, mentiras e distorções sobre imunizantes que protegem centenas de milhões de vidas no Brasil e no mundo, como é o caso da vacina do Butantan”.
Destaca que a CoronaVac é segura, aprovada pela Anvisa e pela Organização Mundial da Saúde e tem alta eficiência de proteção contra casos graves e mortes por Covid-19.
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