Empresa que deu golpe milionário em jogadores do Palmeiras foi indicada por empresário maringaense

Uma reportagem veiculada na noite desse domingo (12), no “Fantástico”, da TV Globo, afirma que o jornalista e coach financeiro, Marçal Siqueira, recebia comissões por indicar potenciais investidores. Em contato com o Maringá Post, o profissional nega envolvimento com a empresa.

  • Uma reportagem veiculada na noite desse domingo (12), no “Fantástico”, da TV Globo, afirma que o jornalista e coach financeiro, Marçal Siqueira, recebia comissões por indicar potenciais investidores. Em contato com o Maringá Post, o profissional nega envolvimento com a empresa.

    Por Victor Ramalho

    Uma reportagem publicada pelo “Fantástico”, programa da TV Globo, na noite desse domingo (12) apontou uma suposta ligação entre um empresário maringaense e a XLand Holding, empresa acusada de aplicar um golpe milionário em três atletas do Palmeiras envolvendo a compra de criptomoedas.

    Marçal Siqueira, jornalista e coach financeiro, seria o responsável por indicar potenciais investidores para a empresa em troca de comissões. O material da TV Globo entrevista um diretor da XLand que confirma a versão e mostra ainda uma nota oficial do atacante Willian Bigode, ex-Palmeiras e atualmente no Fluminense, acusado pelos atletas de intermediar o negócio, citando que conheceu a empresa de investimentos através de Marçal, a quem aponta como “pessoa de sua confiança”.

    Em contato com o Maringá Post na manhã desta segunda-feira (13), o maringaense afirma que só irá se manifestar através do advogado. A defesa do empresário, por sua vez, publicou uma nota negando qualquer envolvimento do jornalista com a empresa de criptomoedas. No comunicado, o advogado afirma que Marçal “conheceu os donos da Xland quando o contratam para dar um treinamento. Depois de meses, após analisar o tipo de negócio que a Xland desenvolvia decidiu investir, acreditando na idoneidade dos sócios”. A nota também reforça que o coach financeiro também é “vítima da empresa”. Confira a nota na íntegra:

    “Em nome de Marçal Siqueira, vimos por meio desta lamentar pelo que está acontecendo, já que, a história profissional do mesmo em nada se confunde ou se assemelha as imputações de qualquer prática de conduta ilícita, posto que, se trata de um profissional da área de desenvolvimento humano capacitado e respeitado por todos que o conhecem.

    No caso em questão, conheceu os donos da Xland quando o contratam para dar um treinamento. Depois de meses, após analisar o tipo de negócio que a Xland desenvolvia decidiu investir, acreditando na idoneidade dos sócios.

    Importante ressaltar que algumas pessoas que era atendido por ele, na área de desenvolvimento humano, buscaram informações sobre investimentos, ressaltando inclusive indicações em outras modalidades na época e, após analisarem, decidiram também investir nessa modalidade oferecida pela Xland.

    Não resta dúvida que, todas as pessoas que investiram são vítimas. Incluindo o senhor Marçal. Nenhuma conduta do mesmo se aproxima da má fé, considerando aliás toda a sua história de vida. Seja no âmbito profissional ou privada.

    Não há nenhuma ligação societária com a Xland. Não há nenhum poder de decisão por parte do senhor Marçal junto a gestão da Xland. Não há qualquer ingerência sobre a empresa. Não há nada que possa ser caracterizado com o intuito de responsabilizá-lo de qualquer prática ilícita, como dito acima, seja por parte dos investidores, seja por meios de comunicação , posto que como tantos outros é vítima de tudo isso, estando com o mesmo problema.

    Como todos, esperamos que a verdade se estabeleça e de maneira justa que tudo seja resolvido.”

    ENTENDA O CASO

    Na semana passada, veio a público que os atletas Mayke, lateral-direito do Palmeiras e Gustavo Scarpa, ex-meia do Palmeiras e atualmente no Nottingham Forest, da Inglaterra, procuraram a Polícia Civil de São Paulo para registrar um boletim de ocorrência após caírem em um golpe envolvendo a compra de criptomoedas. Os dois atletas afirmam terem perdido mais de R$ 10 milhões. A reportagem da Globo ainda aponta Weverton como uma terceira vítima, mas o goleiro não teria procurado a Polícia e não revelou os valores perdidos.

    Aos policiais, os jogadores afirmaram que realizaram o investimento após a indicação de um ex-companheiro de time, o atacante Willian Bigode, hoje no Fluminense. Bigode é dono da WLJC Gestão Financeira, empresa de consultoria em investimentos. Foi o empreendimento do atleta que levou o investimento dos jogadores para a XLand Holding, empresa do mercado de criptoativos.

    Conforme as investigações, a XLand prometia rendimentos mensais de 5%, mas os jogadores dizem nunca terem conseguido resgatar o dinheiro. Gustavo Scarpa teria investido pouco mais de R$ 6 milhões, enquanto Mayke investiu cerca de R$ 4 milhões.

    Willian foi intimado a prestar depoimento na Polícia Civil de São Paulo na última quinta-feira (9). Por meio de nota oficial publicada em seu perfil no Instagram, o atacante afirma que conheceu a XLand por indicação de Marçal Siqueira, a quem chama de “pessoas de sua extrema confiança”. Na mesma publicação, o jogador também se diz vítima da XLand e afirma ter perdido R$ 17,5 milhões no mesmo investimento.

    Imagem Ilustrativa/Arquivo/Palmeiras

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