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A senadora Soraya Thronicke (Podemos-MS), relatora da CPI das Bets, propôs nesta terça-feira (10) o indiciamento das influenciadoras Virgínia Fonseca e Deolane Bezerra. Elas são acusadas de estelionato e propaganda enganosa por promoverem casas de apostas com simulações de ganhos que teriam induzido seguidores ao erro.
Além das duas, outras 14 pessoas, entre empresários e representantes do setor de apostas, também foram alvo de pedidos de indiciamento. O relatório final, ainda pendente de aprovação pela comissão, será encaminhado às autoridades competentes, como o Ministério Público Federal.
Soraya argumenta que Virgínia, em depoimento, admitiu usar uma “conta demo”, ou seja, uma simulação que dava a impressão de apostas reais. Isso teria gerado lucro para as plataformas e, indiretamente, para a influenciadora, à custa da confiança de seus seguidores.
O relatório também propõe 18 projetos de lei e 21 medidas com o objetivo de regulamentar e conter o avanço das apostas online no país. Entre elas, está a criação de um cadastro nacional de apostadores.
Apesar de episódios que repercutiram nas redes sociais, como o depoimento de Virgínia, a CPI teve pouco engajamento no Senado. Instalado em novembro de 2024, o colegiado enfrentou dificuldades para ouvir testemunhas e teve sua duração prorrogada em abril por apenas 45 dias — bem menos do que os 130 solicitados por Soraya.
Desde sua origem, a CPI das Bets dividiu espaço com outra comissão parlamentar voltada à apuração de manipulação de resultados no futebol, liderada por Romário (PL-RJ) e Jorge Kajuru (PSB-GO).
A comissão também foi impactada por investigações paralelas, como a da Polícia Federal, que apura tentativas de extorsão a empresários do setor. Um dos membros da CPI, senador Ciro Nogueira (PP-PI), foi envolvido em polêmica após viajar à Europa em jatinho de um empresário do ramo de jogos. Ambos não se pronunciaram.