PF investiga Alexandre Pires e empresário por garimpo em terra indígena Yanomami

Segundo o inquérito, suspeita-se que Pires tenha recebido cerca de R$ 1 milhão de uma companhia de mineração atualmente sob análise.

  • Imagem:Divulgação

    A “Operação Disco de Ouro” da Polícia Federal (PF) colocou sob investigação o renomado cantor Alexandre Pires e seu empresário, Matheus Possebon, por alegações de envolvimento com o garimpo ilegal em áreas protegidas indígenas. Na última segunda-feira, uma série de buscas foram executadas em endereços vinculados à dupla.

    Segundo o inquérito, suspeita-se que Pires tenha recebido cerca de R$ 1 milhão de uma companhia de mineração atualmente sob análise. Possebon, por sua vez, é acusado de contribuir financeiramente para a atividade de garimpo na Terra Indígena Yanomami, sendo considerado um dos principais operadores do esquema financeiro clandestino.

    Alexandre Pires, famoso desde os anos 90 com o grupo Só Pra Contrariar e mais tarde em carreira solo, acumulou mais de 18 milhões de álbuns vendidos.

    A ação da PF foi motivada pela apreensão de aproximadamente 30 toneladas de cassiterita, minerada de forma ilegal, em janeiro de 2022. Esse mineral, geralmente transformado em pó concentrado após processamento, é vital para a extração de estanho.

    Os envolvidos no caso são suspeitos de forjar um esquema para legitimar o garimpo ilegal, declarando falsamente que a cassiterita provinha do Rio Tapajós, quando, de fato, era retirada do território Yanomami, em Roraima.

    Durante as investigações, a PF desvendou uma rede complexa de pessoas e corporações implicadas no esquema fraudulento, incluindo pilotos de avião, postos de gasolina, lojas de maquinário de mineração e intermediários utilizados para dissimular movimentações financeiras suspeitas.

    Nesta etapa da operação, foram emitidos dois mandados de prisão e seis de busca e apreensão em cidades como Boa Vista, Mucajaí, São Paulo, Santos, Santarém, Uberlândia e Itapema. A Justiça também determinou o congelamento de ativos dos investigados, totalizando até R$ 130 milhões.

    A fase subsequente da investigação se concentrará na análise dos itens confiscados durante a operação. Após desembarcar de um cruzeiro, o empresário Matheus Possebon foi detido. Tanto ele quanto o cantor Alexandre Pires, que foi levado para prestar depoimento na sede da PF mas logo liberado, estão sendo investigados por sua conexão com o garimpo ilegal em terras indígenas.

    Fonte: Splash

     

    Comentários estão fechados.