O aplicativo TikTok, conhecido por seus vídeos curtos e virais, transformou-se em uma nova plataforma para assistir a filmes, séries e programas de TV. Nesta nova tendência, os usuários podem assistir filmes inteiros cortados em pequenos segmentos de 3 minutos.
Esta modalidade de exibição, embora popular entre os 1,7 bilhão de usuários mensais ativos do TikTok, tem recebido críticas, especialmente no que diz respeito à experiência fragmentada. Shahbaz Siddiqui, apresentador de um podcast sobre cinema, comparou essa prática a “falar durante um filme, só que nas redes, em vez da sala de cinema”. Além disso, surgem questões sobre a possibilidade da produção perder seu sentido original ao ser fragmentada, dificultando a conexão emocional ou reflexiva com a obra.
A tendência também levanta preocupações legais. Segundo especialistas entrevistados pelo The Wall Street Journal, a prática viola direitos autorais de roteiristas e atores. Apesar de muitos perfis não obterem renda com a postagem destes minivídeos, o ato ainda representa uma transgressão.
O TikTok, por sua vez, afirma que está atualizando ferramentas para detectar material protegido por direitos autorais e reitera que sua plataforma incentiva a criação de conteúdo original.
É notável, no entanto, que algumas empresas estão aproveitando a tendência. O streaming Peacock, por exemplo, divulgou recentemente um episódio completo de uma de suas séries na plataforma, alcançando mais de 1,2 milhão de visualizações em apenas uma das partes postadas.
O fenômeno reafirma o crescente poder do TikTok no cenário de entretenimento. Em média, os usuários passam 89 minutos diários no aplicativo, superando os 72 minutos diários na Netflix. No entanto, o consumo de conteúdo televisivo tradicional ainda lidera, com os americanos dedicando, em média, quase 5 horas por dia assistindo TV em 2022.
Esta nova forma de consumir filmes e séries é um reflexo das mudanças no comportamento do público e no uso da tecnologia, e apenas o tempo dirá se ela veio para ficar ou se é apenas mais uma tendência passageira.
Foto: Freepik
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