O Coren-SP (Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo) arquivou o processo de investigação do caso da atriz Klara Castanho. Na época, a atriz revelou que uma enfermeira havia ameaçado a divulgação da informação sobre a entrega voluntária à adoção do bebê gestado por ela.
Em nota, o Conselho afirmou que “não constatou a participação de nenhum profissional de enfermagem em relação ao vazamento de quaisquer informações sigilosas de pacientes”.
E completou dizendo que “o fato de o processo ter sido arquivado por ausência de provas comprobatórias do envolvimento da enfermagem não significa que o Coren-SP afirme categoricamente que ele não ocorreu” – e “permanece à disposição da atriz, caso seja de seu interesse prestar diretamente ao conselho informações que possam complementar as investigações realizadas até o momento”. Até o momento a atriz não se pronunciou.
Leia a nota na íntegra.
Em relação ao caso que envolve a atriz Klara Castanho, sobre possível vazamento de informações sigilosas em hospital no estado de São Paulo, o Coren-SP esclarece que instaurou sindicância para investigação imediatamente assim que foi noticiado pela mídia, prezando pelos princípios da ética e da segurança na assistência prestada pela enfermagem, para apuração de suposto envolvimento de profissionais da categoria.
O Coren-SP seguiu todos os ritos processuais, solicitou documentos à instituição hospitalar e convocou os profissionais do plantão à época do fato denunciado, colhendo depoimentos, porém as provas analisadas não comprovaram a participação da enfermagem no vazamento das informações. A atriz foi procurada através de sua assessoria para apresentação de sua versão dos fatos, porém não se manifestou.
O fato de o processo ter sido arquivado por ausência de provas comprobatórias do envolvimento da enfermagem não significa que o Coren-SP afirme categoricamente que ele não ocorreu. Por isso, permanece à disposição da atriz, caso seja de seu interesse prestar diretamente ao conselho informações que possam complementar as investigações realizadas até o momento.
Destacamos que foram respeitados todos os ritos processuais e que, em todo o processo de investigação que preze pela imparcialidade, são necessárias provas que comprovem as infrações e garantia do amplo direito de defesa. Esses são os princípios que regem a Constituição Brasileira e o Código de Processo Ético dos Profissionais de Enfermagem.
O Coren-SP reitera o seu compromisso com a fiscalização séria do exercício profissional da enfermagem, em defesa irrestrita da ética, contra qualquer tipo de impunidade ou dano à sociedade, pautado, sempre, pelos princípios constitucionais.
Entenda o caso
A atriz Klara Castanho revelou em uma carta aberta em junho de 2022 que gerou um bebê após um estupro. No relato, a jovem explicou que a gravidez aconteceu após um crime e que ela só descobriu que esperava uma criança no final da gestação, e por isso, optou por dar o bebê à adoção.
“Esse é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes. No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada”, comenta a atriz na carta, publicada em seu Instagram
A atriz disse na carta que tomou todas as precauções médicas após sofrer o abuso sexual. Ela realizou exames e tomou a pílula do dia seguinte. Não teve mudanças físicas e hormonais.
Alguns meses depois, quase no término da gestação, ela começou a passar mal e descobriu que estava grávida.
“Foi um choque. Meu mundo caiu. Meu ciclo menstrual estava normal, meu corpo também. Não tinha ganhado peso e nem barriga. Eu ainda estava tentando juntar os cacos quando tive que lidar com a informação de ter um bebê. Um bebê fruto de uma violência que me destruiu como mulher”, escreveu na publicação, ao revelar ainda que o profissional que a atendeu não teve nenhuma empatia pela situação vivida por ela.
Seguindo todas as etapas obrigatórias, em processo sigiloso, ela tomou a decisão de entregar a criança para adoção. “Eu não tinha (e não tenho) condições emocionais de dar para essa criança o amor, o cuidado e tudo o que ela merece ter”, explicou. “Vocês não têm noção da dor que eu sinto. Tudo o que fiz foi pensando em resguardar a vida e o futuro da criança. Cada passo está documentado e de acordo com a lei”, acrescentou ela.
No dia do parto, Klara disse ainda que uma enfermeira a questionou. “Imagina se tal colunista descobre essa história?”, destacou na publicação. Ao chegar no quarto, ela já havia recebido mensagens do colunista, o qual não citou o nome. “Eu conversei com ele, expliquei tudo o que tinha me acontecido. Ele prometeu não publicar”, disse.
Conteúdo Estadão / Foto: instagram
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