Pesquisa da UEM monitora densidade populacional de mosquito da dengue

O monitoramento pode servir como guia para ações de limpeza, consideradas as principais armas contra o mosquito.

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    Já caminhou pelo câmpus sede da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e se deparou com um vasinho pendurado em alguma árvore ou bloco? Se sim, você visualizou umas das 43 ovitrampas espalhadas pela estudante Maria Regina Guedes, do terceiro ano de Ciências Biológicas.

    Os artefatos fazem parte de um projeto de pesquisa que visa identificar as áreas com maior deposição de ovos do mosquito transmissor da dengue (Aedes aegypti).

    As chamadas ovitrampas são vasos com uma pequena quantidade de água e com uma paleta de madeira, considerada uma superfície chamativa para que as fêmeas do mosquito depositem ovos. Guedes iniciou o projeto com o mapeamento do câmpus, em maio de 2024, e desde lá tem espalhado os objetos e retirado após alguns dias para observar, no microscópio, a quantidade de ovos depositados.

    Depois, a estudante “alimenta” as larvas, espera se transformarem em mosquitos e, ainda, observa a quantidade de Aedes aegypti encontrados. Segundo ela, no projeto, também é observada a presença de outros tipos de mosquito, como o Aedes albopictus, não necessariamente transmissor da dengue. Outra observação são os períodos de maior deposição de ovos, que foram os meses mais quentes até agora – janeiro e fevereiro.

    pesquisa pibic dengue

    A professora orientadora e chefe do Departamento de Biotecnologia, Genética e Biologia Celular, Maria Claudia Takasusuki, explica que a pesquisa começou em uma parceria com a Secretaria Municipal de Saúde, que fazia um mapeamento semelhante em alguns bairros da cidade. “Ao identificar as regiões com maior número de ovos, podemos agir com ações de limpeza e prevenção de proliferação do mosquito. O ideal seria que o projeto fosse contínuo aqui na UEM, como um guia para as ações da Prefeitura do Câmpus, por exemplo”, afirmou.

    Entre as áreas com a maior densidade populacional, estão os blocos próximos ao Centro de Ciências Biológicas (CCB), as regiões de divisa com os bairros e a área próxima aos blocos do curso de Química. Takasusuki chama a atenção para uma responsabilidade dupla nas regiões de divisa do câmpus: “nós percebemos que as pessoas circulam e acabam jogando lixo fora do local adequado, o que contribui para o acúmulo de água parada”.

    Na região do CCB, as pesquisadoras identificaram um foco de água parada e explicaram que ações de limpeza simples já diminuíram drasticamente a quantidade de ovos depositados. Agora, o projeto está na última etapa de coleta das ovitrampas. O próximo passo é fazer um levantamento geral dos dados, conforme solicitado pelo Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic). 

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    Dengue em Maringá

    A dengue é uma arbovirose transmitida pela fêmea do mosquito Aedes aegypti. Em Maringá, até o dia 13 de maio, a Secretaria de Saúde confirmou 2.565 casos e quatro óbitos, além de outros em investigação. O Levantamento de Índice Rápido para Aedes aegypti (Lira), realizado entre os dias 5 e 9 de maio, apresentou índice de 2,3%, classificado como risco médio pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

    Em todo o Paraná, já foram 60.883 diagnósticos confirmados e 55 óbitos em decorrência da dengue, em 2025, segundo a Secretaria de Estado da Saúde. Para prevenir a dengue, o ideal é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas plásticas, piscinas sem uso e sem manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas.

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