Foto: UENP
Diante do aumento de casos de dengue no Brasil, as universidades estaduais do Paraná estão realizando diversas ações para combater a doença, que é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti. As instituições desenvolvem pesquisas, projetos de extensão, campanhas e mutirões sanitários, em parceria com o poder público e a sociedade.
Segundo o Ministério da Saúde, o número de casos suspeitos de dengue no país neste ano foi de 512 mil pessoas, quase quatro vezes maior do que no mesmo período de 2023. Até agora, 75 pessoas morreram por causa da doença. Os meses de março e abril costumam ter mais registros de casos.
O professor de virologia clínica Dennis Armando Bertolini, da Universidade Estadual de Maringá (UEM), explica que o crescimento dos casos se deve ao aquecimento global, às chuvas típicas desta época do ano e aos descuidos da população em relação aos criadouros do mosquito. Ele também ressalta o papel das universidades estaduais no combate à dengue.
“As universidades públicas paranaenses ajudam o poder público na tomada de decisão, treinando as equipes de saúde, monitorando os casos e, em pesquisa, analisando os casos graves, criando novas formas de controle do Aedes aegypti e desenvolvendo novos tratamentos e vacinas”, afirma.
Com 3,9 mil professoras, mulheres são maioria nas universidades estaduais AÇÕES – A Universidade Estadual de Londrina (UEL) realiza várias pesquisas sobre a dengue. Uma delas é o estudo que criou uma forma eficiente de fazer exames de Raio-X em mosquitos, gerando imagens tridimensionais que auxiliam em estudos.
Em 2019, foram dois projetos relacionados ao tema. Um foi o aplicativo feito por professores e alunos de Ciência da Computação, Design Gráfico e Ciências Biológicas, que ajuda na prevenção, mostrando itens da casa que podem ter água parada, como potes de plantas. O outro projeto, feito por professores do Centro de Ciências Biológicas, consiste na produção de um bioinseticida, que mata as larvas do Aedes aegypti a partir de uma bactéria.
Na UEM, também são feitas várias ações de prevenção e mutirões. Em dezembro, por exemplo, foram recolhidos dois contêineres de lixo na universidade, com muitos resíduos que poderiam ser criadouros para o mosquito da dengue, como embalagens de alimentos, garrafas plásticas, latas de refrigerantes, sacolas plásticas e tampas plásticas.
Atualmente a universidade faz duas campanhas de prevenção, a “Eco Ação” e a “UEM contra a dengue”, voltadas para o período de volta às aulas, na universidade e nas escolas da rede pública de ensino.
No câmpus da instituição também fica o Laboratório de Ensino e Pesquisa em Análises Clínicas (Lepac), que faz testes e diagnósticos de doenças com alto índice de ocorrência, como a dengue. O Lepac é local de trabalho e desenvolvimento de estudos de profissionais e estudantes das áreas de saúde e atende mais de 100 municípios do Estado.
Em outra iniciativa, pesquisadores do Centro de Ciências Exatas e Tecnológicas da Universidade Estadual do Oeste do Paraná (Unioeste) criaram um software para monitoramento que ajuda no controle dos focos e oferece soluções para o controle e combate ao mosquito.
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