Vendas do varejo caem em abril, mas Paraná mantém desempenho positivo no ano

Dados do IBGE mostram que o setor registrou alta de 3,3% de janeiro a abril, com destaque para móveis, eletrodomésticos e vestuário. Queda em abril é atribuída a juros altos e menor acesso ao crédito.

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    O comércio varejista ampliado do Paraná apresentou crescimento de 1,6% em abril deste ano em comparação com o mesmo mês de 2024, ficando acima da média nacional, que obteve aumento de 0,8% nas vendas.

    Apesar da queda de 5,0% em relação a março, o comércio paranaense mantém resultado positivo no acumulado do ano. Conforme aponta a Pesquisa Mensal do Comércio (PMC), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o varejo ampliado registrou elevação de 3,3%. O índice está acima da média nacional, que foi de 1,0% no mesmo período, e reforça o bom desempenho do setor no estado, mesmo diante de um cenário de desaceleração pontual em abril.

    Conforme aponta o Boletim do Comércio, análise da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Paraná (Fecomércio PR), apesar da redução no volume de vendas do varejo ampliado – que inclui os segmentos de veículos e materiais de construção –, o estado superou novamente o índice nacional nos últimos 12 meses: o nível de faturamento do setor varejista teve expansão de 4,9% no Paraná, acima dos 2,7% no país.

    Segundo o assessor econômico da instituição, Lucas Dezordi, o desempenho do mês de abril reflete um movimento de contenção nos gastos por parte dos consumidores, diante dos juros elevados e instabilidades na economia global.

    “Observamos uma desaceleração no comércio, especialmente nas vendas de itens de maior valor agregado, em razão do aumento dos juros e da consequente retração no volume de crédito disponível ao consumidor. Esse cenário acaba afetando decisões de compra que exigem mais planejamento financeiro”, avalia.

    Ainda assim, alguns segmentos se destacaram positivamente no mês, puxando o crescimento do varejo na comparação anual. É o caso de tecidos, vestuário e calçados, com alta expressiva de 17,1%, seguido por móveis e eletrodomésticos (+8,8%) e hipermercados (+8,4%). Os dados mostram que o consumo de bens essenciais e de itens relacionados ao lar segue aquecido no estado.

    No acumulado do ano, os melhores desempenhos foram obtidos pelas lojas de móveis e eletrodomésticos (+15,0%), tecidos, vestuário e calçados (+11,2%) e veículos, motocicletas, partes e peças (+8,6%).

    Contudo, alguns segmentos registram queda no faturamento no acumulado de janeiro a abril, entre eles equipamentos e materiais de escritório (-9,1%), artigos de uso pessoal e doméstico (-4,9%) e livros, jornais, revistas e papelarias (-4,7%).

    O assessor econômico da Fecomércio PR destaca que, mesmo com os desafios conjunturais, o comércio paranaense segue resiliente e em trajetória de crescimento no médio prazo.

    “A expectativa é de que, com maior estabilidade nos indicadores macroeconômicos e recuperação gradual do crédito, o setor possa retomar um ritmo mais forte nos próximos meses”, projeta Dezordi.

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