Renda dos mais pobres cresce acima da média, aponta estudo da FGV

Melhora na escolaridade, geração de empregos e valorização do salário mínimo explicam avanço de 10,7% nos ganhos da metade mais pobre da população.

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    Um levantamento conduzido pelo economista Marcelo Neri, da Fundação Getulio Vargas (FGV), revela que os trabalhadores com menor renda no Brasil registraram o maior avanço proporcional nos ganhos entre 2023 e 2024. A pesquisa, baseada nos dados da PNAD Contínua, indica que os 50% com menores salários tiveram um crescimento médio de 10,7% nos rendimentos, superando a média geral da população ocupada, que foi de 7,1%.

    O estudo, divulgado pelo jornal Valor Econômico nesta segunda-feira (7), aponta que a combinação entre o aumento da oferta de vagas formais, a elevação do nível educacional da população e a política de valorização do salário mínimo foram determinantes para esse desempenho acima da média.

    Segundo Neri, 3,9 pontos percentuais do crescimento registrado entre os mais pobres são atribuídos diretamente à queda na taxa de desemprego. Já o impacto da escolaridade aparece em duas frentes: 3,15 pontos vieram do aumento no salário-hora por ano de estudo, enquanto outros 2,09 pontos derivam do crescimento no número médio de anos de estudo da população.

    Outro fator destacado pelo economista é o efeito cascata da alta do salário mínimo, que acaba influenciando positivamente todas as faixas salariais e impulsiona a base da pirâmide.

    No recorte do último trimestre de 2024, a renda média dos ocupados ficou em R$ 2.170. Entre os 50% mais pobres, esse valor é de R$ 521, enquanto os 10% mais ricos recebem, em média, R$ 8.056 por mês.

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