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Após quatro meses de cautela em relação ao mercado brasileiro, o banco JP Morgan voltou a recomendar a compra de ações na bolsa nacional. As informações são da revista Exame. Segundo a publicação, a decisão, divulgada nesta semana, ocorre diante de mudanças importantes no cenário global, principalmente a desaceleração econômica dos Estados Unidos e a recuperação do mercado chinês.
Segundo o relatório divulgado pelo banco norte-americano, o cenário econômico internacional passou por uma transformação significativa nos últimos meses. O crescimento mais modesto dos Estados Unidos, combinado com sinais de recuperação econômica da China, criou um ambiente favorável aos mercados emergentes, incluindo o Brasil.
Para o JP Morgan, um cenário menos aquecido na economia americana e uma possível redução do ritmo de alta dos juros no Brasil são elementos-chave para essa recomendação positiva. Com a atividade econômica doméstica desacelerando, o banco considera que o país esteja próximo do fim do atual ciclo de alta da taxa básica de juros, algo visto como um fator decisivo para atrair novos investimentos estrangeiros à Bolsa brasileira.
O relatório destaca que o Brasil apresenta um potencial alto de valorização em comparação a outros emergentes, especialmente em razão do atual baixo nível de investimento dos próprios brasileiros em ações. Outro fator que pode impulsionar o mercado local é o elevado volume de apostas na queda das ações, que ao serem revertidas poderiam gerar um movimento adicional de alta nos preços.
O JP Morgan cita ainda um cenário político de médio prazo, apontando as eleições de 2026 como um potencial gatilho positivo para o mercado financeiro. Embora o banco ressalte que ainda é cedo para apostas concretas sobre mudanças políticas, menciona que a simples possibilidade de uma alternância de governo pode estimular expectativas positivas e favorecer investimentos especulativos.
México perde espaço
Diferentemente do cenário brasileiro, o México tem perdido atratividade devido à dependência econômica dos Estados Unidos. Com as perspectivas de um menor crescimento do país vizinho, o JP Morgan decidiu reduzir sua exposição às ações mexicanas.
O banco considera que o mercado mexicano está mais vulnerável a eventuais políticas protecionistas dos EUA, especialmente diante da possibilidade de novas tarifas.
A retomada da China e os benefícios para o Brasil
A recuperação chinesa também está influenciando o otimismo do JP Morgan com o Brasil. A economia chinesa já acumula uma valorização de 20% na bolsa este ano, gerando maior confiança dos investidores locais e estrangeiros. Com o fortalecimento da economia da China, espera-se um efeito cascata positivo, beneficiando economias emergentes exportadoras de commodities, como o Brasil.
Apesar do novo otimismo, o JP Morgan alerta para alguns fatores internos, como a incerteza sobre o ciclo dos juros e questões políticas domésticas. Para o banco, os próximos meses serão essenciais para avaliar se a economia brasileira realmente sustentará esse novo cenário positivo.
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