Segundo o relatório público do Sistema Nacional de Vigilância Alimentar e Nutricional, publicado de 2022, mais de 340 mil crianças entre 5 e 10 anos foram diagnosticadas com obesidade. Esse número representa 10,41%, no Sudeste; 9,67%, no Nordeste; 9,43%, no Centro-Oeste e 6,93%, na Região Norte.
A primeira infância é considerada entre a faixa etária do nascimento até os seis anos, sendo um período crucial para a formação e determinação do estilo de vida saudável até a fase adulta.
Portanto, é importante seguir alguns cuidados especiais na alimentação neste período. Para prevenir a obesidade infantil, segundo a Dra. Sylvia Ramuth, Diretora Técnica da rede Emagrecentro:
Entre 0 a 6 meses: “A Organização Mundial da Saúde, o Ministério da Saúde e a Sociedade Brasileira de Pediatria, recomendam o aleitamento materno exclusivo até os seis meses, e se possível, complementar até os 2 anos de vida. O leite materno possui nutrientes indispensáveis para o desenvolvimento cognitivo e físico do bebê. Na impossibilidade do aleitamento materno exclusivo, é necessário o acompanhamento de profissional capacitado para a orientação da fórmula infantil”, afirma Sylvia.
Entre 6 meses a 2 anos: “Nesta fase deve ser introduzido os líquidos (somente água), sólidos como papinhas doces (feito com frutas) e salgadas (feito com vegetais, carnes/ovos, leguminosas e cereais/ tubérculos). Manter o aleitamento nos intervalos desses alimentos, sempre estabelecendo uma rotina regular com horários fixos. Deve-se evoluir a consistência da comida gradualmente até os 12 meses, com oferta variada de cores e texturas de alimentos”, comenta Ramuth.
Entre 2 anos a 6 anos: “Este é um período da vida da criança em que vão sendo formados os hábitos alimentares, nessa situação, é importante não forçá-la a comer nem oferecer doces como recompensa. Assim que sentir fome, ela vai procurar se alimentar, pois já está se formando e se consolidando a autonomia alimentar”, afirma a Diretora.
Para Sylvia Ramuth, “o crescimento, desenvolvimento e aprendizado dependem não somente da genética, mas principalmente com os cuidados e atenção que a criança recebe dos pais. O primeiro ponto é o modelo de comportamento alimentar que os filhos tendem a imitar os responsáveis, ou seja, se os pais adotam hábitos alimentares saudáveis, as crianças são mais propensas a seguir o exemplo. Além disso, os pais têm a responsabilidade de fornecer às crianças um ambiente alimentar saudável, que inclua a disponibilidade regular de alimentos nutritivos, como frutas, vegetais, grãos integrais e proteínas”.
Outro ponto importante é envolver as crianças na preparação das refeições, que auxiliam a familiaridade e interesse pelos alimentos. Pesquisas mostram que crianças que participam do processo de preparação de refeições têm maior probabilidade de consumir uma variedade de alimentos saudáveis.
Estabelecer a criação de uma rotina alimentar adequada, com horários regulares para as refeições principais e os lanches intermediários, ajuda a estabelecer bons hábitos alimentares, evitando o famoso “beliscar” que geralmente são por alimentos com baixa densidade nutricional e alta densidade calórica.
“Os pais devem evitar pressionar as crianças a comer determinados alimentos e evitar recompensas ou punições baseadas na comida. Em vez disso, deve-se promover uma atitude saudável em relação à comida, encorajando a experimentação de novos alimentos e valorizando a diversidade alimentar”, conclui Ramuth.
Foto: Freepik
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