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O ano de 2025 começou com um marco preocupante no clima global. Segundo dados divulgados pelo Copernicus, serviço de monitoramento climático da União Europeia, o mês de janeiro foi o mais quente já registrado, com temperaturas 1,75°C acima da média da era pré-industrial (1850-1900).
Esse novo recorde reforça o alerta dos cientistas sobre o avanço do aquecimento global e seus impactos crescentes no planeta.
Calor extremo
Além do aumento alarmante das temperaturas, o derretimento das calotas polares atingiu níveis críticos. No Ártico, a extensão do gelo ficou em cerca de 10,5 milhões de km², igualando a pior marca registrada até então, em 2018.
Já na Antártida, a cobertura de gelo ficou 5% abaixo da média histórica para o mês, embora um pouco acima dos dois últimos anos, que foram os mais quentes da história.
Os dados refletem uma tendência preocupante. Nos últimos 19 meses, 18 registraram temperaturas médias globais superiores a 1,5°C em relação à era pré-industrial. Esse número reforça os alertas do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que estabeleceu o limite de 1,5°C como o máximo seguro para evitar impactos climáticos catastróficos.
Brasil também bate recordes de calor
No Brasil, a tendência de aquecimento extremo também se confirmou. O ano de 2024 foi o mais quente já registrado desde 1961, de acordo com o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). A temperatura média anual no país foi de 25,02°C, 0,79°C acima da média histórica de 1991-2020.
Em janeiro de 2025, o cenário continuou preocupante. Comparado à média dos meses de janeiro entre 1991 e 2020, as temperaturas registradas ficaram 0,79°C acima do esperado, fazendo deste o janeiro mais quente já registrado no país.
O impacto do La Niña
Os especialistas esperavam que a influência do fenômeno climático La Niña, que resfria as águas do Pacífico e pode ajudar a reduzir as temperaturas globais, aliviasse o calor extremo. No entanto, esse efeito ainda não se manifestou de maneira significativa.
“Janeiro de 2025 foi outro mês surpreendente, continuando as temperaturas recordes observadas ao longo dos últimos dois anos, apesar do desenvolvimento das condições de La Niña no Pacífico tropical e seu efeito temporário de resfriamento”, explicou Samantha Burgess, chefe de estratégia para o clima do Centro Europeu de Previsões Meteorológicas de Médio-Prazo (ECMWF).
O Copernicus também destacou que, nos últimos 12 meses (fevereiro de 2024 a janeiro de 2025), as temperaturas globais ficaram 0,73°C acima da média de 1991-2020, e 1,61°C acima da média da era pré-industrial. Esses números indicam que o planeta segue um ritmo de aquecimento acelerado, com impactos severos sobre o clima e o meio ambiente.
O que esperar para os próximos meses?
Diante desse cenário, a expectativa para 2025 é de que o planeta continue registrando temperaturas elevadas, com ondas de calor mais intensas e eventos climáticos extremos, como secas prolongadas, tempestades severas e incêndios florestais.
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