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Uma pesquisa divulgada pela Quaest nesta segunda-feira (29) revelou que a desaprovação ao trabalho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva atingiu 49%, superando pela primeira vez o índice de aprovação, que ficou em 47%.
O levantamento, encomendado pela Genial Investimentos, entrevistou 4,5 mil eleitores entre os dias 23 e 26 de janeiro, com margem de erro de 1 ponto percentual.
Economia e promessas não cumpridas
Segundo Felipe Nunes, diretor da Quaest, a principal explicação para a crescente rejeição ao governo Lula está na percepção negativa sobre a condução da economia e na frustração com as promessas de campanha não realizadas. “Lula não consegue cumprir suas promessas.
Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em janeiro: 65%. Ou seja, o governo tem gerado mais frustração do que esperança”, afirmou Nunes à Folha de S.Paulo.
Apoio perde força no Nordeste
Apesar de ainda ser a região com maior aprovação ao presidente (60%), o Nordeste também registrou o maior aumento de rejeição ao trabalho de Lula, subindo de 32% para 37% desde a última pesquisa.
Nunes destacou que a perda de popularidade entre eleitores de baixa renda e na região historicamente mais alinhada ao presidente indica uma erosão de sua base de apoio.
Detalhes da pesquisa
O levantamento mostrou variações significativas na avaliação de Lula entre as regiões do país e diferentes perfis demográficos:
Regiões: No Sul, a desaprovação subiu para 59%, enquanto no Sudeste manteve-se em 53%. No Centro-Oeste/Norte, a desaprovação caiu ligeiramente, de 50% para 49%.
Gênero: A rejeição entre os homens é de 52%, enquanto entre as mulheres é de 47%.
Idade: Eleitores de 35 a 59 anos registram a maior desaprovação, com 52%.
Renda: Entre aqueles com renda de até dois salários mínimos, a aprovação é maior (56%), mas caiu em relação ao levantamento anterior (63%). Já entre quem ganha mais de cinco salários mínimos, a rejeição é de 59%.
Escolaridade: A desaprovação aumenta entre eleitores com maior nível de escolaridade, atingindo 59% entre os que têm Ensino Superior.
Religião: Evangélicos mostram maior reprovação (58%), enquanto entre católicos a aprovação é maior (52%).
Avaliação geral
Quando questionados sobre o desempenho geral do governo, 37% avaliaram como negativo, contra 31% que consideram a gestão positiva e 28% que a classificaram como regular.
Além disso, 50% dos entrevistados acreditam que o Brasil está indo na direção errada, enquanto 39% consideram que o país segue no caminho certo.
Principais problemas
Os entrevistados também destacaram os maiores desafios enfrentados pelo Brasil. A violência foi apontada como o principal problema (26%), seguida por questões sociais (23%) e economia (21%).
A polêmica envolvendo a falsa notícia de taxação do PIX também teve impacto na avaliação do governo: 66% consideraram que a gestão errou na condução do caso.
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