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O diagnóstico de câncer costuma provocar uma profusão de sentimentos com impacto na saúde mental do paciente. Diante desta situação, é importante ficar atento aos sinais, que podem ser um alerta sobre a necessidade de apoio psicológico.
“O acompanhamento especializado pode aumentar a adesão ao tratamento médico, o que é fundamental para o sucesso da terapia, e fortalecer a autoestima e a autoconfiança. Também pode ajudar a reforçar as relações com familiares e amigos, o que é essencial para o bem-estar emocional”, frisa a oncologista Ana Herrera, da Oncoclínicas Londrina.
A família também tem uma contribuição importante para dar mais tranquilidade e amenizar o estresse de uma doença oncológica. A especialista destaca que, de acordo com todas as diretrizes de tratamento oncológico, a prática de exercícios desempenha um papel fundamental, desde a prevenção até o alívio de sintomas durante o tratamento, além de reduzir o risco de recidiva.
“A atividade física regular pode ajudar a aliviar a tensão pela liberação de endorfinas, responsáveis por proporcionar uma sensação de bem-estar, auxiliando no combate à ansiedade e à depressão, comuns em pacientes com câncer. Além disso, contribui ainda para um sono mais reparador, o que é fundamental para a recuperação física e emocional”, afirma Ana Herrera. “Sentir-se mais forte e capaz para as rotinas diárias impulsiona a confiança, combatendo a sensação de fragilidade. Embora possa parecer contraditório, pode amenizar a fadiga, um sintoma comum nessa fase”, complementa.
A especialista destaca que a meditação, a yoga e a respiração profunda são excelentes ferramentas para controlar a ansiedade e o estresse. Além disso, uma alimentação equilibrada e rica em nutrientes é fundamental para fortalecer o sistema imunológico e auxiliar na recuperação. “Outra recomendação é conectar-se com outros pacientes com câncer e participar de grupos de apoio, o que pode proporcionar um sentimento de comunidade e ajuda mútua”, afirma.
Indícios de que algo não está bem:
Ansiedade: preocupação constante, dificuldade em se concentrar, insônia, taquicardia, sensação de sufocamento.
Medo: da morte, da dor, de perder o controle, de ser abandonado.
Isolamento social: evitar contato com amigos e familiares, dificuldade em participar de atividades sociais.
Alterações no apetite: perda ou aumento significativo da vontade de se alimentar.
Dificuldade em tomar decisões: sentir-se sobrecarregado e incapaz de decidir sobre questões simples.
Pensamentos negativos: ideias recorrentes sobre a morte, sensação de culpa e incapacidade.
Dificuldade em lidar com o tratamento: resistência em seguir as orientações médicas.
Maneiras de ajuda familiar:
Presença constante: demonstrar carinho e apoio incondicional em todos os momentos. Estar ao lado da família transmite segurança e conforto.
Comunicação aberta: criar um ambiente seguro para conversar sobre medos, angústias e expectativas. Ouvir e entender os sentimentos do paciente é essencial para oferecer o apoio adequado.
Auxílio nas tarefas do dia a dia: dividir as responsabilidades domésticas para que a pessoa possa se dedicar ao tratamento e ao descanso.
Incentivo ao autocuidado: estimular a prática de atividades que proporcionem bem-estar, como exercícios físicos leves, meditação e hobbies.
Participação nas consultas médicas: acompanhamento demonstra apoio e permite que a família se mantenha informada sobre o tratamento.
Cuidar de si mesmo: é importante que os familiares também cuidem da própria saúde emocional e física, buscando ajuda quando necessário.
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