Economia 2024: PIB em alta, desemprego em queda, mas juros ainda elevados

Ano fecha com menor taxa de desemprego da série histórica e crescimento econômico de 3,1%, mas inflação e valorização do dólar pressionam o mercado interno.

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    O ano de 2024 se encerra com indicadores econômicos que apontam avanços e desafios para o Brasil. O Produto Interno Bruto (PIB) registrou crescimento, assim como o mercado de trabalho alcançou recordes históricos. Por outro lado, inflação elevada e a desvalorização do real frente ao dólar trouxeram preocupação.

    Emprego

    A taxa de desocupação caiu para 6,1% no trimestre encerrado em novembro, menor índice desde o início da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012 pelo IBGE. Com isso, 103,9 milhões de pessoas estão ocupadas, e o número de trabalhadores com carteira assinada chegou a 39,1 milhões, recorde da série.

    A informalidade, no entanto, permanece alta, abrangendo 38,7% da população ocupada, com 40,3 milhões de trabalhadores. Em relação ao rendimento, a renda média alcançou R$ 3.285, representando um aumento de 3,4% em um ano, enquanto a massa de rendimento chegou a R$ 332,7 bilhões, também um recorde.

    No emprego formal, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) mostrou saldo positivo de 2,2 milhões de novas vagas com carteira assinada de janeiro a novembro.

    PIB

    A economia brasileira registrou crescimento de 0,9% no terceiro trimestre, na 13ª alta consecutiva. Em relação ao mesmo período de 2023, o PIB subiu 4%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o avanço foi de 3,1%.

    Apesar do bom desempenho, impulsionado pela indústria e pelos serviços, a agropecuária teve retração, e o baixo nível de investimentos gera preocupações.

    Inflação e juros

    A inflação acumulada até novembro, medida pelo IPCA, foi de 4,87%, acima da meta do governo, com tendência de alta influenciada pelo dólar e pelos alimentos. O INPC, índice que ajusta o salário mínimo, acumulou 4,84% no mesmo período.

    Para conter a inflação, o Banco Central encerrou o ano com a taxa Selic em 12,25% ao ano. A alta nos juros encarece o crédito e pode impactar investimentos e o mercado de trabalho.

    Dólar

    O dólar registrou valorização de aproximadamente 27% em 2024, fechando o ano cotado a R$ 6,18. Essa desvalorização do real provoca impacto inflacionário e eleva os custos de produtos importados, embora beneficie exportadores.

    Intervenções do Banco Central buscaram conter a volatilidade, enquanto o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou a adoção do câmbio flutuante no país.

    O fechamento oficial dos dados econômicos do ano será consolidado em março de 2025, quando o IBGE divulgará o resultado final do PIB.

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