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Morreu neste domingo (29), aos 100 anos, o ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter. Ele estava em sua residência em Plains, cidade rural do estado da Geórgia onde nasceu e construiu boa parte de sua trajetória política e pessoal. A família informou que Carter vinha recebendo cuidados paliativos desde fevereiro de 2023.
Figura de destaque na política norte-americana
Presidente dos EUA entre 1977 e 1981, Carter integrou o Partido Democrata e governou em um período conturbado para a economia do país, marcado por altos índices de inflação e pela crise do petróleo. Paralelamente, investiu em ações para promover a paz no exterior, o que contribuiu para que, anos depois, fosse agraciado com o Prêmio Nobel da Paz, em 2002.
Um dos momentos que definiram sua gestão foi a mediação dos Acordos de Camp David, entendimento histórico firmado entre Egito e Israel em 1978. Ainda em termos de política externa, Carter ficou conhecido por sua postura crítica a regimes autoritários na América Latina, incluindo a ditadura militar no Brasil, o que lhe rendeu tanto elogios quanto críticas em diferentes momentos de sua carreira.
Repercussão familiar
Chip Carter, um dos filhos do ex-presidente, divulgou comunicado oficial destacando o legado de seu pai: “Ele foi um herói para todos que acreditam na paz, nos direitos humanos e no amor ao próximo”. A família também agradeceu as manifestações de carinho e pediu que a memória do ex-presidente seja honrada por meio da prática de valores humanitários.
Carreira e curiosidades
Jimmy Carter nasceu em 1º de outubro de 1924, numa época em que a economia da Geórgia ainda era fortemente baseada na agricultura. Antes de iniciar a carreira política, serviu na Marinha dos EUA, chegando ao posto de tenente e participando de programas de submarinos nucleares. Retornou a Plains em 1953, após a morte de seu pai, para administrar as fazendas e os negócios da família.
Na política local, Carter destacou-se por combater o desperdício de recursos públicos e a discriminação racial. Depois, ocupou o cargo de senador estadual e foi eleito governador da Geórgia, de onde partiu para a Casa Branca. Embora tenha governado por apenas um mandato, Carter deixou marcas profundas no cenário internacional, sobretudo no que diz respeito à defesa dos direitos humanos.
Vida após a presidência
Após deixar o cargo, o ex-presidente dedicou-se a atividades acadêmicas e de mediação de conflitos pelo mundo. Fundou o Centro Carter, em 1982, com o intuito de promover a democracia, monitorar eleições em diversos países e criar pontes de diálogo em nações em crise. O trabalho humanitário de Carter lhe rendeu projeção global, e seu envolvimento na construção de casas populares em parceria com organizações solidárias, como a Habitat for Humanity, tornou-se amplamente conhecido.
Carter foi o ex-presidente mais longevo (o que mais viveu) da história dos EUA e escreveu mais de 20 livros, abordando temas que vão de política internacional a reflexões sobre fé religiosa. Ele deixa quatro filhos e numerosos netos. A fundação que leva seu nome anunciou que serão realizadas homenagens em Atlanta, Washington e em Plains.
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