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Um relatório das Nações Unidas alerta que pessoas em situação de pobreza têm até três vezes mais chances de desenvolver transtornos de saúde mental, como ansiedade e depressão.
Segundo os dados, essa realidade já atinge cerca de 11% da população mundial e ainda acompanha uma tendência de crescimento: estima-se que, no futuro, um em cada dois adultos enfrentará algum tipo de problema mental ao longo da vida.
O relatório descreveu a “Economia do Burnout”, um fenômeno no qual a busca incessante por crescimento econômico, combinada à precarização do trabalho — especialmente em plataformas digitais e aplicativos —, se consolida como uma fonte de sofrimento mental.
Nesse cenário, emergem transtornos como a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, um distúrbio emocional decorrente de situações de trabalho altamente desgastantes.
“A Síndrome de Burnout é uma realidade dura que muitas pessoas enfrentam, e o mais preocupante é que, muitas vezes, isso acontece sem que elas percebam até que os sinais se tornem insuportáveis. Trabalhos que exigem alta performance contínua, como áreas de tecnologia, educação, saúde e atendimento ao cliente, são especialmente propensos a desencadear essa condição. Imagine um professor lidando diariamente com salas superlotadas, prazos apertados e demandas emocionais intensas, ou um profissional de saúde que enfrenta jornadas exaustivas em plantões e a responsabilidade de salvar vidas”, explica Guilherme Gois, diretor técnico da CADMO – Grupo ViV Saúde Mental.
Ele diz ainda que o Burnout não é ‘frescura’ ou ‘falta de preparo’. É o corpo e a mente pedindo socorro. Ele pode se manifestar de diversas formas, como a irritabilidade constante, a dificuldade de concentração, a sensação de esgotamento físico ou até problemas como insônia e dores musculares.
“É fundamental que a sociedade entenda que reconhecer os sinais e buscar ajuda é um ato de cuidado consigo mesmo. Promover pausas, reorganizar prioridades e criar espaços de diálogo sobre saúde mental são passos essenciais para prevenir e combater o Burnout. O bem-estar emocional precisa ser uma prioridade coletiva, e não apenas individual”, conclui.
Entre os principais sinais estão agressividade, isolamento, mudanças bruscas de humor, irritabilidade, dificuldade de concentração, lapsos de memória, ansiedade, depressão, pessimismo e baixa autoestima. A longo prazo, o distúrbio também pode se manifestar fisicamente, provocando cansaço excessivo, dores de cabeça frequentes, alterações no apetite, insônia, tonturas, pressão alta, dores musculares, problemas gastrointestinais e alterações nos batimentos cardíacos.
O tratamento, segundo a especialista, envolve principalmente psicoterapia, podendo ser complementado com o uso de medicamentos como antidepressivos e ansiolíticos. Em geral, os sintomas podem ser controlados entre um e três meses, mas o tempo varia conforme a gravidade de cada caso.
Além disso, mudanças no estilo de vida são essenciais para a recuperação. A prática regular de exercícios físicos e atividades de relaxamento, aliadas a momentos de lazer com amigos e familiares, ajudam a aliviar o estresse e prevenir recaídas. Também é recomendada a adoção de pausas prolongadas, como férias, quando diagnosticado o problema.
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