Lula passa por procedimento na cabeça para evitar novos sangramentos: ‘Tudo ocorreu bem’, afirma médico

A previsão é de que Lula permaneça em observação no hospital até o início da próxima semana, mantendo a rotina de repouso e monitoramento.

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    O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi submetido, nesta quinta-feira (12), a um procedimento para reduzir o risco de novos sangramentos no cérebro. A intervenção foi realizada no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, onde o presidente está internado desde a última terça-feira (10), após apresentar sinais de hemorragia intracraniana.

    De acordo com o cardiologista Roberto Kalil, o procedimento foi um sucesso. “O presidente está acordado, conversando normalmente. Não haverá mudanças na previsão de recuperação”, garantiu o médico, acrescentando que a alta está estimada para o início da próxima semana.

    Entenda o caso

    A hemorragia cerebral de Lula foi causada por um hematoma subdural crônico, formado após uma queda em outubro no Palácio da Alvorada. Na ocasião, o presidente se feriu ao cair de um banco enquanto cortava as unhas, necessitando de pontos na nuca. Desde o acidente, Lula vinha sendo monitorado com exames regulares.

    Na última segunda-feira (9), o presidente relatou dores de cabeça e sonolência, o que levou à realização de uma cirurgia de emergência para drenar o hematoma. Apesar do susto, os médicos confirmaram que não houve lesão cerebral.

    Procedimento inovador e seguro

    A nova intervenção, conhecida como embolização das artérias meníngeas, tem como objetivo interromper o fluxo sanguíneo na região do cérebro, reduzindo as chances de um novo sangramento. A técnica, considerada minimamente invasiva, é semelhante a um cateterismo, mas é direcionada às artérias das meninges, as membranas que revestem o sistema nervoso central.

    Segundo a neurocirurgiã Ana Gandolfi, o procedimento tem baixo risco e não afeta o tempo de recuperação. “Como o presidente já está internado, isso não altera o planejamento de sua alta”, explicou.

    Estudos recentes publicados na revista científica New England Journal of Medicine mostram que a embolização reduz significativamente o risco de recorrência de sangramentos, de 9% para 3%. Esse dado, aliado aos fatores de risco do presidente, como idade e agenda intensa, justificou a realização do procedimento.

    Recuperação e próximos passos

    A equipe médica destacou que o tratamento visa prevenir novas complicações e não indica falha na cirurgia anterior. “A drenagem inicial foi bem-sucedida. A embolização é uma estratégia adicional para minimizar riscos futuros”, esclareceu Gandolfi.

    A previsão é de que Lula permaneça em observação no hospital até o início da próxima semana, mantendo a rotina de repouso e monitoramento. A decisão pelo procedimento também foi influenciada pelo fato de ser uma alternativa menos invasiva e eficiente para evitar novas intervenções cirúrgicas no futuro.

    No Sistema Único de Saúde (SUS), a embolização é oferecida em protocolos de pesquisa, mas ainda não faz parte da cobertura de planos de saúde privados, conforme as diretrizes da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS).

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