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O atentado ocorrido na noite desta quarta-feira (13) nas proximidades do Supremo Tribunal Federal (STF) foi impulsionado pela polarização política dos últimos anos e pelo “gabinete do ódio” estabelecido durante o governo de Jair Bolsonaro. A afirmação é do ministro Alexandre de Moraes, que declarou que discursos de ódio contra o STF e seus ministros intensificaram o descrédito nas instituições e culminaram em ações violentas.
“O ocorrido ontem não é um caso isolado. Esse contexto começou há anos, com o gabinete do ódio promovendo ataques ao Judiciário e ao STF, envolvendo até familiares de ministros”, afirmou Moraes. Ele destacou que essa retórica resultou no ataque de 8 de janeiro às sedes dos Três Poderes e reforça a necessidade de uma resposta firme para impedir novas investidas.
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Segundo investigações da Polícia Federal, o “gabinete do ódio” era um grupo de auxiliares e assessores do ex-presidente Bolsonaro, com o intuito de propagar notícias falsas e ataques a opositores. O recente atentado com explosivos, praticado por Francisco Wanderley Luiz, ex-candidato a vereador em Rio do Sul (SC) pelo PL, revela, de acordo com Moraes, a importância de evitar a concessão de anistia aos envolvidos nos ataques de janeiro e de regulamentar as redes sociais para conter discursos de ódio.
Em sessão ordinária do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) nesta quinta-feira (14), Moraes frisou que é necessária a união das autoridades em defesa da democracia e pela responsabilização de todos os envolvidos.
“A impunidade gera novos atos, como o de ontem, e continuará a gerar impunidade se não houver ação decisiva”, declarou.
Sem Anistia
Para o ministro, o atentado evidencia que a pacificação do país só será alcançada com a responsabilização dos responsáveis pelos ataques e sem concessão de anistia. “A impunidade gera mais criminalidade, como vimos ontem. Se os criminosos não forem punidos, eles continuarão atentando contra as instituições”, argumentou Moraes, lembrando que o objetivo inicial do agressor era detonar o artefato dentro do STF.
Regulamentação das Redes Sociais
O ministro reforçou ainda a necessidade de regulamentação das redes sociais para combater a propagação de discursos de ódio. “Não podemos tolerar esse envenenamento constante pelas redes, é preciso pacificar o país e impedir que criminosos atentem contra a democracia”, afirmou.
Segundo ele, muitos cidadãos confundem liberdade de expressão com práticas criminosas, impulsionados por motivações políticas. “Em nenhum lugar do mundo ameaçar e coagir são considerados liberdade de expressão”, concluiu. As informações foram divulgadas pela Agência Brasil.