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O Censo Escolar de 2023 revelou que um em cada quatro estudantes brasileiros não declarou sua raça, o que preocupa especialistas em educação e organizações que buscam combater as desigualdades raciais no país. Mais de 12 milhões de alunos, ou 25,5% do total de matrículas, não registraram essa informação durante o levantamento.
De acordo com a vice-presidente de Equidade Racial da Fundação Lemann, Alessandra Benedito, a falta de dados compromete o planejamento de políticas públicas e ações para combater a desigualdade racial. Para enfrentar esse cenário, foi lançada a campanha Estudante Presente é Estudante que se Identifica, que visa sensibilizar escolas e famílias sobre a importância da declaração racial durante as matrículas.
A coleta de dados no Censo Escolar, realizada pelo Inep, é essencial para a criação de políticas mais inclusivas e para o avanço de ações afirmativas, como a Lei de Cotas, que reserva vagas no ensino superior para estudantes de escolas públicas, com um recorte social e racial. Em entrevista, Geovanny Silva, coordenador de finanças do Movimento Negro Unificado no DF, destacou a relevância desses dados para o fortalecimento de políticas públicas reparadoras.
Entre 2007 e 2016, o número de estudantes sem declaração racial caiu de 60,3% para 29%, mas, de 2016 a 2022, a redução desacelerou. A expectativa é que, com a mobilização em torno da campanha, esse quadro seja revertido. A iniciativa, apoiada por diversas entidades, está disponível online para adesão de escolas e secretarias de educação.