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Um caso de maus-tratos contra um cavalo em Guarapuava (a cerca de 290 km de Maringá) está sendo investigado pela Polícia Civil após a divulgação de um vídeo que mostra um domador agredindo o animal.
Nas imagens, o homem aparece chutando o cavalo, pressionando o pescoço do animal com o pé e tentando forçá-lo a levantar, mesmo com as patas amarradas. A gravação, feita por uma testemunha, foi compartilhada nas redes sociais e anexada ao inquérito policial.
O suspeito, identificado como Adair Teles Mendes, reconheceu que a atitude foi errada. Em entrevista à RPC, ele alegou que tentava fazer o cavalo se levantar durante o processo de doma. “Ele queria dar coice e caía no chão e eu instigava ele a levantar de novo, pra ele ficar de pé. Eu queria que ele ficasse de pé com as maneias [equipamentos usados para amarras cavalos]. […] Não é o jeito correto; eu espantei ele com o pé pra ele levantar, pra ficar de pé, pra eu poder chegar nele”, justificou.
Mendes afirmou ainda que, após a gravação, retirou as amarras do cavalo, que estava em seu primeiro dia de doma. “Ele caiu duas, três vezes e eu já tirei as maneias”, completou.
Especialista no comportamento equino, o hipologista Daniel Cruz condenou a prática registrada no vídeo, apontando que métodos mais respeitosos e eficazes devem ser utilizados. “Eu costumo dizer que quando entra a inteligência, o conhecimento, a racionalidade, você diminui muito a questão da força. Existem práticas hoje que a gente não precisa mais usar essa forma antiga de ‘dessensibilizar’ ou manear o cavalo”, afirmou.
Conforme o delegado Bruno Miranda Maciozek, a Polícia Civil instaurou um termo circunstanciado contra Mendes por maus-tratos. “As imagens são bastante elucidativas do que estava acontecendo, de maneira que entendi ser necessário já de pronto instaurar o termo circunstanciado”, declarou.
Para casos de agressão a animais, a legislação prevê pena máxima de um ano de prisão, que pode ser substituída por multa ou prestação de serviços comunitários.
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