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Ministros da Educação dos países do G20 aprovaram nesta quarta-feira (30), em Fortaleza, um documento com diretrizes para o uso ético da inteligência artificial (IA) e tecnologias digitais no ensino. Representando 85% do PIB mundial, o G20 enfatiza a importância de padrões éticos e inclusão digital para superar a divisão digital, conforme destacou a Agência Brasil.
O documento enfatiza a necessidade de educação digital e midiática que promova o pensamento crítico, cidadania digital e aprendizado socioemocional, alinhada com discussões sobre o uso de celulares em sala de aula. Segundo o assessor do Ministério da Educação (MEC), Francisco Souza, o uso da IA não constava na pauta inicial, mas surgiu como uma preocupação dos países. “Essa tecnologia é potencialmente interessante, mas exige uma regulamentação clara”, afirmou.
A valorização dos professores também é um ponto de destaque. O texto do G20 aponta a falta de docentes em diversos países e sugere medidas para recrutamento, retenção e melhoria das condições de trabalho, essenciais para enfrentar a escassez. Além disso, o documento incentiva o envolvimento de escolas e comunidades para uma educação inclusiva e de qualidade, visando ao desenvolvimento sustentável.
A coordenadora da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Andressa Pellanda, que representou o grupo C20, destacou o avanço em uma agenda de direitos digitais e uso ético da tecnologia, embora tenha lamentado a ausência de discussões financeiras, considerando o alto custo de infraestrutura tecnológica na educação.
Durante o encerramento do encontro, o ministro da Educação, Camilo Santana, ressaltou a importância de investimentos no setor educacional. “Ainda há muitas desigualdades educacionais, e o financiamento é essencial para superá-las”, declarou. A proposta de financiamento, no entanto, não integrou o texto final, uma vez que não houve consenso entre os países.
As diretrizes aprovadas serão integradas à Declaração dos Líderes na Cúpula do G20, que acontecerá no Rio de Janeiro nos dias 18 e 19 de novembro de 2024.
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