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O Paraná se destaca como um dos estados brasileiros com a maior frota de motocicletas, conforme revela uma pesquisa da Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran). O estudo indica que, entre os 34,2 milhões de motocicletas, motonetas e ciclomotores registrados no país, 1,8 milhão pertencem a paranaenses, representando 5,3% do total nacional. O estado ocupa a quinta posição no ranking de maior frota, atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Ceará.
Apesar do grande número, a proporção de motocicletas em relação ao total de veículos no Paraná é de apenas 19,6%. Isso demonstra uma distribuição mais equilibrada entre diferentes tipos de veículos no estado. Em comparação, estados do Norte e Nordeste, como Maranhão, Piauí, Pará, Acre e Rondônia, apresentam altos percentuais de motocicletas, variando entre 51,2% e 59,7%. Esses percentuais elevados refletem uma preferência regional por motocicletas, influenciada por fatores econômicos, geográficos e culturais.
O estudo da Senatran também revela que mais da metade dos proprietários de motocicletas não possui habilitação adequada. Dos 32,5 milhões de proprietários de motocicletas, motonetas e ciclomotores no Brasil, 17,5 milhões (53,8%) não têm Carteira Nacional de Habilitação (CNH) válida para esses veículos. Essa situação pode ser atribuída ao custo acessível das motocicletas, ao crescimento de negócios de veículos compartilhados e ao acesso limitado à CNH para muitas pessoas.
Além disso, a pesquisa destaca que os homens representam 77% dos proprietários de motocicletas, possivelmente devido a fatores culturais e sociais que associam esses veículos a um estilo de vida mais aventureiro ou a atividades laborais, como entregas e transporte de passageiros, onde a participação masculina é predominantemente maior. A maioria dos proprietários está na faixa etária de 40 a 49 anos, seguida por aqueles de 50 a 59 anos. Entre os que possuem habilitação, a maioria tem entre 30 e 39 anos.
O estudo também aponta um aumento nas infrações cometidas por motociclistas após uma redução durante a pandemia de Covid-19. Em 2019 e 2020, foram registradas 601 mil e 150 mil infrações, respectivamente. No entanto, em 2021, esse número subiu para 750 mil e continuou a crescer em 2022 (1,2 milhão) e 2023 (1,3 milhão). Até julho de 2024, mais de 638 mil autos de infração foram emitidos.
Mais de 80% das multas estão relacionadas ao uso inadequado ou à não utilização de equipamentos de segurança, como o capacete, que representa cerca de 43% das infrações. A Organização Mundial da Saúde (OMS) reforça que o uso de capacete é essencial para reduzir o risco de morte em 37% e de lesões graves na cabeça em aproximadamente 69%.
Por fim, o estudo revela que as motocicletas estão envolvidas em pelo menos 25% dos acidentes e representam mais de 30% das fatalidades no trânsito. Esses dados ressaltam a necessidade urgente de políticas públicas e estratégias de mobilidade adaptadas para melhorar a segurança viária e promover um trânsito mais seguro para todos os condutores, especialmente os de motocicletas, motonetas e ciclomotores.
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