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Fundada em 2007 para produzir óleos essenciais para exportação, a Cooperervas passou por muitas transformações ao longo dos anos. Como o cultivo de ervas acabou não dando certo, a cooperativa da agricultura familiar de Maringá, no Noroeste do Paraná, se especializou na produção de polpa de frutas, hortifrutigranjeiros e uma grande gama de produtos que são fornecidos para a merenda escolar.
Já consolidada na produção de alimentos para a merenda, outra transformação ocorreu em 2021, com apoio do programa Coopera Paraná, iniciativa da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) para apoiar cooperativas de agricultores familiares paranaenses. A Cooperervas investiu R$ 696 mil, dos quais R$ 600 mil recebidos do Governo do Estado, para a instalação de uma usina fotovoltaica e de duas câmeras frias na sua sede, que fica no distrito de Iguatemi.
Os investimentos logo trouxeram resultado, permitindo uma economia de 70% na conta de energia e o aumento de 200% na capacidade de estocagem. Com isso, a instituição conseguiu ampliar as parcerias com outras cooperativas e produtores, para aumentar a gama de produtos fornecidos a escolas e instituições sociais de diversas cidades paranaenses. Somente a fabricação de polpas deu um salto de 300% desde que a geração própria de energia reduziu as despesas.
A cooperativa é mais um exemplo de como autogeração de energia renovável está transformando o meio rural do Paraná, graças ao incentivo do Governo do Estado com ações como o Programa de Apoio ao Cooperativismo da Agricultura Familiar do Paraná (Coopera Paraná) e o Paraná Energia Rural Renovável (RenovaPR). A entidade é um dos destaques da série especial “Paraná, Energia Verde que Renova o Campo”, produzida pela Agência Estadual de Notícias (AEN).
“O recurso que recebemos para as placas de energia e as câmeras frias aumentou muito nossa capacidade de entrega e de armazenamento das polpas de frutas, além de reduzir a conta de luz na faixa de 70%”, destaca o presidente da Cooperervas, José Luiz Bordin. “Conseguimos ampliar a distribuição e atingir mais municípios, como Cornélio Procópio, Londrina e São José dos Pinhais. Foi um apoio bem significativo, que beneficiou principalmente nossos associados e as crianças que estão recebendo a merenda nas escolas”.
RAMIFICAÇÃO
Com 187 produtores associados, a Cooperervas é a maior cooperativa de agricultores familiares de Maringá e atende, somente no município, a 112 instituições, fornecendo a programas como o Compra Direta, do governo estadual, e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), do governo federal. Mas a distribuição é muito mais ramificada, chegando aos Núcleos Regionais de Educação (NRE) de todo o Estado.
Com o trabalho da Cooperervas, milhares de estudantes das redes municipais e estadual de ensino têm acesso a alimentos de qualidade, produzidos pela agricultura familiar. São sucos naturais feitos das polpas que são produzidas na região e também em outras cidades brasileiras, com sabores como maracujá, goiaba, morango, acerola, acerola com laranja, manga e abacaxi. Além disso, a cooperativa também fornece pão, bolacha, nhoque, doces de frutas, mel, filé de tilápia e bebida láctea, garantindo a diversidade na alimentação escolar.
“Temos produtores em todo o Paraná, praticamente, e também adquirimos alimentos de agricultores de São Paulo. Temos um pessoal de Euclides da Cunha, que nos fornece tilápia, Caiabu com o mamão, Guaraçaí que nos vende abacaxi, fora os produtores da nossa região”, conta o gerente da Cooperervas, Elias Padela. “Atendemos as 27 cidades do Núcleo de Educação de Maringá, como também na região de Londrina, Cornélio Procópio, Arapongas e muitas outras cidades”.
Para chegar tão longe, a entidade conta com a produção de seus associados e também atua em parceria com outras cooperativas da agricultura familiar. Atualmente, o portfólio da Cooperervas inclui mais de 20 cooperativas e associações como parceiros de negócios, o que também foi ampliado após o recurso do Coopera Paraná.
“Tínhamos apenas três ou quatro cooperativas parceiras que terceirizavam o beneficiamento de polpa de fruta conosco, e o nosso sonho era poder ampliar isso”, destaca Padela. “Mas para aumentar a produção, precisávamos ter capacidade de estocagem, o que demandava um consumo maior de energia. A solução que gostaríamos de ter era a energia limpa. Foi aí que fizemos o projeto do Coopera Paraná, direcionado para o crescimento da estocagem e também para a produção de energia solar”, complementa.
Segundo Padela, até então o crescimento da cooperativa vinha de investimentos dos próprios cooperados, mas o apoio do Governo do Estado mudou essa perspectiva. “Até então, nunca tivemos aporte financeiro de fora. Agora, conseguimos ampliar em 300% a produção de polpa de frutas, a capacidade de estocagem e também as parcerias com outras cooperativas, que vêm de diversas cidades paranaenses. E isso só foi possível porque recebemos esse benefício do governo”, complementa Padela.
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AEN
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