Paraná registra 302 casos de coqueluche em 2024; Saúde reforça importância da vacinação

Os números de casos de coqueluche continuam a subir no Paraná, com três mortes ocorrendo entre bebês com menos de um ano de idade.

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    A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) divulgou nesta quarta-feira (4) o boletim semanal do perfil epidemiológico da coqueluche. De acordo com o novo documento os números continuam a subir – desde o início do ano foram registrados 302 casos e três óbitos no Paraná.

    Por ser altamente transmissível e prevenível, a Sesa alerta a população sobre a importância de manter atualizada a vacinação contra a doença.   

    A maioria das confirmações deste ano é da 2ª Regional de Saúde Metropolitana, com 185 casos, seguida da 3ª RS de Ponta Grossa (35), 17ª RS de Londrina (19) e a 1ª Regional de Paranaguá (16).

    Neste ano, três bebês morreram no Paraná vítimas de coqueluche. A primeira vítima foi um bebê de seis meses, natural de Londrina, no norte do estado, que morreu em julho deste ano.

    O segundo caso ocorreu em Curitiba, em 18 de agosto, e foi confirmado no dia 22 do mesmo mês. O bebê, do sexo masculino e com três meses de idade, havia nascido com apenas 27 semanas (prematuro extremo), apresentava comorbidades graves e não havia recebido nenhuma dose da vacina pentavalente.

    O terceiro óbito foi registrado em 25 de agosto, também em Curitiba, onde outro bebê de três meses morreu após contrair a doença.

    De acordo com dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), em 2019 o Paraná registrou 101 casos de coqueluche, em 2020 foram 26, em 2021 nove, em 2022 foram cinco casos e no ano passado 17.

    A coqueluche é uma doença infecciosa que afeta as vias respiratórias, causando crises de tosse seca e falta de ar. Estima-se que uma pessoa com coqueluche pode infectar de 12 a 17 outros indivíduos. 

    A transmissão ocorre, principalmente, pelo contato direto do doente com uma pessoa não vacinada, por meio de gotículas eliminadas por tosse, espirro ou até mesmo ao falar. Em alguns casos, a transmissão pode ocorrer por objetos recentemente contaminados com secreções de pessoas doentes.

    Apesar dos sintomas serem parecidos com os de um resfriado, com febre, tosse, coriza, dores no corpo e cansaço, sem tratamento adequado a tosse pode aumentar consideravelmente.

    A doença acomete principalmente crianças e lactentes até os seis meses de idade e a vacinação é a principal forma de controle. O imunizante faz parte do Calendário Nacional de Vacinação do Sistema Único de Saúde (SUS) e está disponível nos postos de saúde do Estado.

    “Os municípios possuem estoque das vacinas utilizadas para a proteção e imunidade das crianças. O Ministério da Saúde (MS) publicou uma nota técnica com alerta sobre a ocorrência da coqueluche no país. O Paraná segue as orientações e se mantém vigilante quanto à doença”, ressaltou o secretário de Estado da Saúde, Cesar Neves.

    COBERTURA VACINAL 

    A imunização contra a doença nas crianças ocorre por meio da vacina pentavalente e DTPA. A primeira deve ser aplicada em três doses, aos dois, quatro e seis meses de vida. Já a DTP deve ser administrada como reforço aos 15 meses e aos quatro anos. Atualmente as coberturas vacinais estão em 88,73% e 86,12%, respectivamente. Já para a dTpa, destinada aos trabalhadores da saúde e da educação, a cobertura é de 68,93%.

    AÇÕES 

    A Divisão de Vigilância Epidemiológica da Sesa não mede esforços para conter a doença e realiza várias ações em todo o Estado junto aos municípios. Elas incluem notas de alerta; videoconferências e capacitações presenciais com as Regionais de Saúde e municípios, além da busca ativa de gestantes e puérperas para imunização com dTpa e de crianças para atualização do esquema vacinal.

    Também é realizada a vacinação de forma excepcional dos trabalhadores de saúde e educação que atuam diretamente com gestantes, puérperas, neonatos e crianças menores de 4 anos.

    As medidas incluem orientação para controle de visitas e contatos de sintomáticos respiratórios aos recém-nascidos; notificação e investigação imediatamente (até 24h) dos casos suspeitos e confirmados para medidas de controle e tratamento da doença em tempo oportuno; e outras ações direcionadas aos contatos próximos e sobre a coleta para o diagnóstico.

    CAPACITAÇÃO 

    A Regional Telêmaco Borba (21ªRS) promoveu nesta segunda-feira (3) uma capacitação para o diagnóstico, tratamento e vigilância da coqueluche, reunindo 174 pessoas, entre gestores e profissionais da saúde. Desde o início do ano já foram promovidos seis encontros com os profissionais das regionais para o aprofundamento do assunto e atualização do cenário paranaense.   

    Veja o esquema vacinal:

    Vacina pentavalente

    Imuniza contra difteria, tétano, coqueluche, haemophilus influenza do tipo B e hepatite B        

    Crianças:

    1ª dose (2 meses)

    2ª dose (4 meses)

    3ª dose (6 meses)

    Vacina DTP

    Previne a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis)    

    Reforço (15 meses)

    Reforço (4 anos)

    Vacina dTpa

    Previne a difteria, o tétano e a coqueluche (ou pertussis)    

    Todos os profissionais de saúde

    Gestantes a partir da 20ª semana (a cada nova gestação)

    Trabalhadores de saúde que atuam em maternidade, berçários, UTI neonatal e Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais

    Trabalhadores da educação que cuidam de crianças até 4 anos

    Confira o boletim da coqueluche e mais informações sobre a doença AQUI.

    AEN

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