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A principal causa de mortes evitáveis no mundo, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o tabagismo, embora muito associado a problemas pulmonares, afeta diretamente a saúde do coração. Um estudo conduzido pelo Instituto Nacional de Câncer (INCA) revelou que o tabagismo é o fator que responde por 45% das mortes por infarto do miocárdio.
Esse dado corresponde a mais de 40 mil mortes por ano, com base nos dados publicados pelo Ministério da Saúde, que indicam cerca de 90 mil óbitos anuais devido ao quadro.
Até 2040, é possível que haja um aumento de até 250% desses eventos no país, se a curva de crescimento corresponder à estimativa das pesquisas. Para Luiz Lavalle, cardiologista do Hospital São Vicente, o tabagismo, isoladamente, é um fator decisivo na progressão rápida de doenças cardiovasculares.
“O principal efeito do tabagismo no sistema cardiovascular é a aterotrombose, ou efeito aterotrombogênico, que é o estímulo à formação de placas que obstruem as artérias e, também, o aumento da coagulação do sangue, propiciando eventos agudos, como infartos e outras complicações cardiovasculares”, detalha.
Com mais de 7 mil compostos e substâncias químicas, segundo o INCA, a fumaça do cigarro causa reações diversas no organismo humano, tanto para quem fuma quanto para os chamados fumantes passivos.
O especialista explica que os efeitos imediatos do trago incluem o aumento temporário da pressão arterial e da frequência cardíaca, além da diminuição da oxigenação do sangue.
Um indivíduo que tenha, por exemplo, uma pressão de 13/8, normalmente, pode chegar a 14/9 logo após fumar. No entanto, o valor tende a voltar ao normal, já que a alteração é temporária.
Já a longo prazo, doenças como a aterosclerose e o infarto são os principais quadros derivados do vício. No restante do sistema cardiovascular, também podem acontecer obstruções em outras regiões, como o acidente vascular cerebral (AVC), problemas renais e vasculares periféricos, destaca Lavalle.
“O tabagismo é um dos poucos fatores de risco que você consegue uma forte redução de eventos negativos com a interrupção do fator causador que, no caso, é o simples ato de fumar. Pode ser evitado e sua suspensão causa um grande benefício ao paciente”, reforça o médico.
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