Por Agência Brasil – RTP
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O mais recente relatório da Internet Watch Foundation (IWF) revela um crescimento alarmante na produção de deepfakes de abuso sexual infantil, impulsionado pela rápida evolução da inteligência artificial (IA). Segundo a IWF, pedófilos estão agora capazes de criar vídeos altamente realistas, onde adicionam rostos de crianças a conteúdos pornográficos reais, com uma precisão quase perfeita.
Publicado nesta segunda-feira (22), o relatório destaca que a disseminação desses vídeos gerados por IA está se intensificando à medida que as ferramentas tecnológicas se tornam mais acessíveis e sofisticadas.
Analistas da IWF explicam que os deepfakes, vídeos parcialmente ou totalmente manipulados por IA, estão se tornando cada vez mais convincentes, frequentemente apresentando rostos de vítimas ou outras crianças em contextos que parecem ser reais.
Em 2023, quando os primeiros casos foram identificados, a qualidade dos conteúdos era rudimentar, conforme relatado pelos investigadores. Um ano depois, Dan Sexton, diretor de tecnologia da IWF, observa uma tendência crescente para vídeos de maior qualidade e realismo.
A IWF também destacou que os criminosos estão replicando e compartilhando modelos de IA com rostos de mais de 100 vítimas de abuso, conforme descoberto em um fórum da dark web dedicado a material de abuso sexual infantil. Nove vídeos deepfake foram identificados circulando entre março e abril deste ano, alguns deles modificando pornografia adulta para incluir rostos de crianças ou sobrepondo rostos de crianças a vídeos reais de abuso infantil.
Susie Hargreaves OBE, CEO da Internet Watch Foundation, expressa grave preocupação com a rápida evolução da tecnologia generativa de IA, que permite aos criminosos criar cenários gráficos de abuso sexual infantil de forma quase ilimitada. Ela ressalta que muitos desses vídeos manipulam imagens de vítimas conhecidas, exacerbando o trauma das sobreviventes.
A CEO alerta que, sem controle adequado, as ferramentas generativas de IA se tornam um terreno fértil para predadores online realizarem suas fantasias mais perversas. Hargreaves destaca ainda um aumento na comercialização e compartilhamento desses conteúdos em sites ilegais de abuso sexual infantil na internet.
Este relatório da IWF sublinha a urgência de medidas rigorosas para enfrentar o crescente problema dos deepfakes de abuso infantil, protegendo as crianças contra a exploração digital.
