Corregedor nacional afasta desembargador do PR por fala misógina em sessão

A decisão ocorreu após Espíndola afirmar, em uma sessão no início do mês, que “as mulheres estão loucas atrás de homens”. A sessão analisava um caso de assédio contra uma criança de 12 anos.

  • Tempo estimado de leitura: 3 minutos

    O corregedor nacional de Justiça, ministro Luis Felipe Salomão, afastou nesta quarta-feira (17) o desembargador do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) Luis Cesar de Paula Espíndola. A decisão ocorreu após Espíndola afirmar, em uma sessão no início do mês, que “as mulheres estão loucas atrás de homens”. A sessão analisava um caso de assédio contra uma criança de 12 anos.

    Segundo informações do G1, Espíndola foi o único a votar contra a manutenção de uma medida protetiva em relação ao professor suspeito de assédio. A proibição de contato foi mantida por 4 votos a 1. A reclamação contra Espíndola foi aberta por Salomão no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que apura um discurso considerado preconceituoso e misógino.

    O afastamento atende a um pedido da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) no Paraná e será mantido até que a reclamação disciplinar seja julgada pelo plenário do CNJ. Salomão justificou a decisão como uma medida cautelar até a conclusão do procedimento disciplinar.

    Em nota, Espíndola negou a intenção de menosprezar o comportamento feminino e afirmou sempre ter defendido a igualdade de gênero em sua vida pessoal e profissional. O desembargador lamentou o ocorrido e se solidarizou com aqueles que se sentiram ofendidos.

    Durante a sessão, Espíndola afirmou que as mulheres estariam assediando os homens devido à falta de parceiros disponíveis, uma fala que gerou grande repercussão e críticas. A desembargadora Ivanise Trates Martins contestou a fala, destacando o assédio sofrido por mulheres e criticando a perpetuação do machismo estrutural.

    O vídeo da sessão foi retirado do ar pelo TJ-PR para preservar as partes envolvidas, dado que o processo tramita em segredo de justiça. Espíndola já havia sido condenado pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ) em 2018 por agredir a própria mãe e irmã, mas a pena não foi aplicada devido à prescrição do caso.

    Deixe uma resposta

    Seu endereço de email não será publicado.