Espetáculo de dança-teatro que investiga o universo poético da água estreia em Maringá

“Mizu”, espetáculo de dança-teatro, estreia dia 23 de junho no Teatro Barracão, onde também se apresenta nos dias 24 e 25.

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    “Mizu”, espetáculo de dança-teatro, estreia dia 23 de junho no Teatro Barracão, onde também se apresenta nos dias 24 e 25. Depois, encerra a temporada nos dias 29 e 30 de junho no Arena das Artes, sempre com entrada gratuita. Viabilizado por meio do Prêmio Aniceto Matti, o espetáculo é protagonizado pelos performers Joyce Midori Teruya e Sidnei Puziol (que também assina a direção) e é desenvolvido pelo grupo de pesquisa corporal Núcleo Terreno. O projeto também irá oferecer oficinas sobre os princípios da dança butô.

    A obra investiga a poética da água e as memórias, mitos e lendas sobre o elemento, tendo como referência o butô, dança de origem japonesa que é objeto de pesquisa e estudo de Puziol desde 2017. Butô é uma dança que surgiu no período de contracultura do Japão pós-guerra, criada por Tatsumi Hijikata e Kazuo Ohno. Em meio à sua multifacetada natureza, o butô busca uma expressão autêntica e orgânica de um corpo que se permite ser atravessado por fluxos, vibrações, imagens e estímulos, tanto internos quanto externos. Originalmente foi chamada de “Ankoku Butoh”, que pode ser traduzida como “dança das trevas”. É complexo definir esta dança, mas pode-se dizer que em seu cerne ela busca a metamorfose do corpo por meio do movimento. Mesmo após a morte dos criadores, os diversos artistas que participaram e participam desta efervescente manifestação artística continuam desenvolvendo suas próprias abordagens do butô.

    Nos últimos anos, Teruya e Puziol tiveram a oportunidade de treinar com alguns grandes nomes dessa dança, como a dançarina japonesa Yumiko Yoshioka, Atsushi Takenouchi e a dupla de dançarinos de butô Ana Medeiros e Hiroshi Nishiyama.

    O roteiro cênico de “Mizu”, que significa “água” em japonês, investiga o universo poético e as complexidades da natureza por trás deste elemento. Neste trabalho, a água não é tratada apenas como mera matéria, mas como poética. No espetáculo, este elemento possui significâncias e significados profundos, muitas vezes incorporando vozes, tonalidades e pesos.

    O trabalho é composto por quatro atos: “A cosmogonia dos pescadores”, “A tempestade”, “As estações das garças e Ame-No-Uzume” e “Purificação e Recomeço”. Cada ato explora mitos, lendas, imagens e sensações vinculadas à água e sua poética cíclica, como a chuva, as divindades da tempestade e da criação e as garças sobre a água. Os performers buscam corporificar e metamorfosear estas imagens por meio do trabalho corporal e da dança butô, encontrando a beleza do silêncio, do grotesco, da lentidão e tudo aquilo que se esconde nas profundezas da imaginação.

    “Nosso projeto também buscar ver a natureza como ela é, especialmente diante das atuais crises climáticas que estamos vivendo. Nossa dança é movimentada pela poética da natureza e, ao pesquisar sobre o elemento água, vemos que ela não é apenas um elemento calmo simbolizando a vida e a pureza, mas também é devastadora e nos faz pensar na conscientização ambiental”, explica Teruya.

    “Esperamos que, por meio da vivência dessa linguagem artística, possamos despertar um interesse por um ‘cultivo pessoal’ e pela metamorfose do corpo na cena cultural maringaense, que também é uma das nossas propostas nas oficinas que serão ministradas”, diz Puziol. As duas turmas da oficina “Raízes da Dança Butô” acontecem nos dias 22 e 29 de junho, respectivamente no Teatro Barracão e Arenas das Artes.

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    Foto: Renato Domingos

    O objetivo é explorar a poética da água no corpo, que foi a base da criação para o espetáculo. “E se, nós humanos, pudéssemos aprender a ver as coisas pela perspectiva de um animal? Um inseto? Pela perspectiva das ondas ou de uma divindade do trovão? O butô pode servir como uma porta de entrada criativa para essas descobertas que acontecem dentro do nosso corpo”.

    A oficina é aberta para a comunidade maringaense em geral, tendo experiência em dança e teatro ou não. Qualquer pessoa pode dançar butô.

    Ficha Técnica

    Concepção: Núcleo Terreno

    Direção e Pesquisa: Sidnei Puziol

    Codireção e Produção: Joyce Midori Teruya

    Performers: Joyce Midori Teruya e Sidnei Puziol

    Iluminação: Mateus Moscheta

    Sonoplastia: Pedro Henrique Daniel

    Figurino: VCamp Ateliê / Vitória Campanari

    Maquiagem: Gabriela Santos Belline

    Confecção de Adereços Cênicos: Alzira M. Goya Teruya

    Design Gráfico: Sidnei Puziol

    Fotografia: Renato Domingos

    Equipe audiovisual/Teaser: IDX Pro – Felipe Halison e Gabriel Gregório

    Assessoria de Imprensa: 2 Coelhos Comunicação e Cultura – Rachel Coelho

    Assessoria de Mídias Digitais: Maringaense Cultural – Fernando Souza

    Assistente de Produção: Fernando Souza

    Agradecimentos: Arena das Artes, Espaço Solagasta, Elaine Teleken e Wakadaiko.

    Serviço:

    Espetáculo de dança-teatro “Mizu”

    Dias 23, 24 e 25 de junho no Teatro Barracão

    Dias 29 e 30 de junho no Arena das Artes

    Sempre às 20h

    Entrada gratuita

    Classificação indicativa: 16 anos.

    Duração: 50 min.

    Oficina gratuita “Raízes da Dança Butô”, com Sidnei Puziol e Joyce Midori Teruya

    Turma 1: Dia 22 de junho no Teatro Barracão das 14h às 17h

    Turma 2: Dia 29 de junho no Arenas das Artes das 9h às 12h

    Inscrições pelo link: https://forms.gle/pxFxpMeop6CXntzbA

    Mais informações no instagram @nucleoterreno

    Para saber mais sobre os trabalhos do Núcleo Terreno visite o site neste link.

    Produzido com verba de Incentivo à Cultura

    Lei Municipal de Maringá n° 11200/2020

    Prêmio Aniceto Matti

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