Tempo estimado de leitura: 3 minutos
Em uma reunião a portas fechadas com bispos italianos, o Papa Francisco afirmou que os seminários estão “cheios de viadagem”, expressão considerada homofóbica. A informação foi divulgada nesta segunda-feira (27) pelos principais jornais italianos, La Repubblica e Corriere della Sera – conforme apuração da Folha S. Paulo.
Durante o encontro com membros da Conferência Episcopal Italiana, ocorrido no último dia 20, o Papa utilizou o termo “frociaggine” em italiano, língua que não é sua materna, ao discutir sobre a presença de homens gays nos seminários e a ordenação de padres. O Vaticano, até o momento, não se pronunciou sobre o caso.
Bispos que participaram da reunião relataram ao Corriere della Sera que Francisco parecia não ter noção da carga ofensiva do termo utilizado. Segundo eles, a gafe do pontífice foi evidente a todos os presentes.
Desde sua eleição em 2013, o Papa Francisco, de 87 anos, tem orientado a Igreja Católica a adotar uma postura mais acolhedora em relação aos fiéis LGBTQIA+.
Em dezembro passado, ele autorizou a bênção a casais do mesmo sexo, embora mantenha o veto ao casamento homoafetivo. O documento especificava que a bênção litúrgica não deve se assemelhar ao casamento, evitando confusão com o sacramento do matrimônio.
Essa medida, inédita na história da Igreja Católica, gerou forte oposição da ala conservadora, principalmente entre católicos dos Estados Unidos.
Declarações anteriores
O Papa Francisco já fez diversas declarações sobre a comunidade LGBT. Em 2013, logo após uma viagem ao Brasil, ele disse: “Se uma pessoa é gay, busca Deus e tem boa vontade, quem sou eu para julgá-la?”.
Em janeiro de 2023, durante entrevista à agência Associated Press, o pontífice afirmou que a homossexualidade não é crime, embora considere um pecado, e pediu o fim de leis que criminalizam a orientação sexual.
Comentários estão fechados.