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Uma aluna de 19 anos foi vítima de agressão por uma professora da Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais). O caso aconteceu em Irati (cerca de 370 km de Maringá).
A estudante, que não fala devido à síndrome de Down e ao Transtorno do Espectro Autista (TEA), teve o cabelo puxado e foi empurrada pela professora.
De acordo com a apuração do G1, o caso ocorreu no dia 15 de maio, mas a vítima não teve condições de pedir ajuda ou avisar os pais. A família da aluna só descobriu após uma denúncia anônima.
Uma câmera de segurança registrou o momento da agressão e o vídeo foi divulgado pelo Portal G1. Veja a seguir:
No vídeo, é possível ver a aluna correndo para fora da sala. Segundos depois, a professora aparece na imagem e puxa a jovem pelo cabelo. Com a força, a vítima se desequilibra e volta para trás.
Na sequência, a professora empurra a aluna para dentro da sala.
A suspeita, identificada como Cleonice Aparecida Alessi Glinski, foi afastada da Apae e deve ser ouvida pelas autoridades nos próximos dias. A defesa dela disse que não foi intimada sobre nenhum ato, e que vai se manifestar em momento oportuno.
REAÇÃO DOS PAIS
Os pais da aluna com síndrome de down afirmam que só ficaram sabendo do caso porque receberam uma denúncia anônima. Eles ficaram em estado de choque ao verem as imagens da agressão.
“É uma imagem muito brutal mesmo. Quando você manda seu filho para a escola, você, no mínimo, imagina que ele vai estar seguro lá dentro. Então, a gente ainda está tentando absorver, a gente tá em choque com tudo isso que aconteceu”, diz a médica Daniele Yoshitomi, mãe da vítima.
O professor Daniel de Paula Yoshitomi, pai da estudante, considera o caso um absurdo e expressou a frustração da família.
“Nosso sentimento, além de indignação, de tristeza, é de que se não tivesse tido uma denúncia anônima, nada teria acontecido.”
Resposta da Apae
Em nota, a Apae de Irati afirmou que Cleonice foi afastada da instituição e que solicitou seu desligamento à Secretaria de Estado da Educação (Seed). “Como a professora é uma profissional do Quadro Próprio do Magistério, cedida para prestação de serviços na Apae de Irati, o primeiro passo foi formalizar o fato por meio de ata e encaminhar ao setor competente junto à Seed para que os procedimentos legais sejam adotados com base no que rege o Estatuto do Servidor”, informou a instituição.
A Apae está acompanhando o caso junto ao departamento jurídico e prestando suporte à família da vítima. A Federação das Apaes também se manifestou, repudiando o ato de violência e prestando apoio aos familiares e à comunidade de Irati.
“Reafirmamos que este fato aconteceu de forma isolada, não sendo essa a conduta das 330 Apaes que hoje prezam pelo atendimento às pessoas com deficiência em nosso estado”, destacou a federação em nota.
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