Cheques de propina para Traiano foram descontados em oficina de Francisco Beltrão, diz MP

Cidade de pouco mais de 96 mil habitantes, no sudoeste do Paraná, é o reduto eleitoral do presidente da Assembleia Legislativa. Parlamentar teria recebido R$ 100 mil, de acordo com as investigações.

  • Cidade de pouco mais de 96 mil habitantes, no sudoeste do Paraná, é o reduto eleitoral do presidente da Assembleia Legislativa. Parlamentar teria recebido R$ 100 mil, de acordo com as investigações.

    Por Redação

    Cheques com propina direcionados ao presidente da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep), Ademar Traiano (PSD), foram descontados em uma oficina mecânica de Francisco Beltrão. A apuração é do Ministério Público do Paraná (MP-PR), conforme revelado pelo portal G1 e pela RPC nessa terça-feira (19).

    De acordo com o MP, Traiano teria recebido a propina em três cheques, com dois deles descontados em uma oficina da cidade, de pouco mais de 96 mil habitantes e que é o reduto eleitoral do deputado no sudoeste do Paraná.

    Ademar Traiano e o ex-deputado, Plauto Miró, admitiram que pediram e receberam propina do empresário Vicente Malucelli, que era diretor da TV Icaraí, durante o processo de renovação do contrato para as transmissões da TV Assembleia, em 2015.

    Em setembro daquele ano, de acordo com o Ministério Público, o presidente da Alep teria recebido a primeira parte do pagamento, de R$ 50 mil em dinheiro, dentro da própria Assembleia. Entre outubro e novembro do mesmo ano, os promotores descobriram que o destino de dois cheques da propina foi uma empresa mecânica em Francisco Beltrão. O terceiro cheque, de acordo com a Promotoria, foi depositado em uma empresa de transportes de Curitiba.

    As confissões foram dadas em Acordos de Não Persecução Penal (ANPP) e Acordos de Não Persecução Cível (ANPC) firmados entre os políticos e o MP. Os conteúdos que respaldaram esses acordos, com depoimentos e áudios que serviram como provas, foram divulgados pelo g1 e pela RPC.

    Como firmaram os acordos, Traiano e Miró não respondem a processos. As empresas que receberam os cheques não foram investigadas.

    Foto: Arquivo/Alep

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