Foto: SETU-PR
O encontro também apresentou questões históricas das trilhas, sua estrutura atual no Paraná e no Brasil, além de novas formas de incentivo que podem ser aplicadas nos trechos estaduais. O seminário foi realizado pela Rede Trilhas no Paraná em parceria com a Secretaria de Estado do Turismo, Instituto Água e Terra (IAT), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e outros órgãos.
A iniciativa surgiu com base em uma série de pesquisas e levantamentos sobre as opções de trilhas disponíveis no território paranaense. O Estado tem 22 áreas com mais de mil km de trilhas. Segundo a coordenadora de Gestão e Sustentabilidade do Turismo, Anna Vargas, o objetivo agora é trabalhar em cima de roteiros turísticos em trilhas.
“Em termos de poder público, a Setu se posiciona como protagonista do movimento. É necessário estudar e entender como funciona a implantação de uma trilha enquanto roteiro e nós estamos trabalhando nisso”, disse.
Entre os roteiros e as trilhas de maior destaque no Paraná estão a Rota dos Pioneiros, Rota Caiçara e o Caminho do Iguaçu, que já contam com experiências em prática.
O diretor de Patrimônio Natural do IAT, Rafael Andreguetto, afirma que a iniciativa de ampliar e estruturar trilhas paranaenses é um interesse comum entre o Instituto e a Secretaria do Turismo.
“Não existe o desenvolvimento de um destino ou atrativo, sem que os dois órgãos caminhem juntos. Um com foco na infraestrutura e políticas públicas e outro na preservação desses órgãos de conservação, para que possam ser visitados”.
O Paraná abriga 10% das trilhas demarcadas em todo o país. No Brasil, são 335 Unidades de Conservação e um Geoparque que englobam 10 mil km de trilhas que passam por seis biomas: Mata Atlântica, Cerrado, Pampas, Caatinga, Amazônia e Pantanal.
As trilhas turísticas são definidas como caminhos terrestres ou aquáticos, percorridos a pé ou por meios de transporte não motorizados. Elas têm como objetivo a conexão entre unidades de conservação federais, estaduais e municipais. Além destas, existem trilhas históricas, que surgiram a partir de caminhos traçados ao longo dos séculos.
SEMINÁRIO – A secretária geral da Rede de Trilhas, Camila Bassi Teixeira, diz que a Expoturismo Paraná foi escolhida como plano de fundo do 1° seminário graças à sua importância e alcance.
“Estamos falando sobre a dimensão desse segmento, com foco na realidade do Paraná. Além de mostrar as iniciativas do estado, ou seja, o que existe do movimento de trilhas aqui e o que pode ser feito”, disse.
Hugo de Castro, presidente da Rede Brasileira de Trilhas, comenta que, para uma boa gestão dessas rotas, além da identificação dos atrativos estaduais, é importante ter a governança compartilhada como ponto central.
“A governança é um misto de pessoas e instituições que trabalham juntos em prol da trilha. Um exemplo é uma rota que passa por um local de conservação. É necessário a integração entre prefeituras, secretarias e demais entidades, para que a manutenção e existência dessas rotas não prejudique o meio ambiente, a cultura local e outras questões” disse.
TRILHAS AQUÁTICAS – As trilhas não ficam limitadas a atividades em terra. Existem também rotas aquáticas, feitas por meio de caiaques, rafting ou até mesmo de maneira subaquática, como o mergulho.
O Paraná também é destaque neste recorte. Um exemplo é a Rota dos Pioneiros, a maior trilha aquática do Brasil, que passa pelo Rio Paraná, Paranapanema e outros trechos aquáticos. Também se inserem nessa categoria iniciativas nos rios Ivaí e Iguaçu.
Erick Caldas Xavier, diretor de trilhas da Rede, é um dos representantes deste trabalho com rotas aquáticas. Para ele, o seminário, apresentado na Expoturismo, tem a função de mostrar o potencial do Paraná e conectá-lo as iniciativas de todo país.
“O seminário é um marco ao estado, porque essas iniciativas já existiam nos moldes da Rede Brasileira de Trilhas, mas também existem trechos anteriores a esse movimento. Então a ideia é unir e conectar o Paraná pelas trilhas de longo curso com o Brasil”, disse.
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