Na manhã desta quarta-feira (6), uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) e Receita Federal (RF) resultou na prisão de dois homens suspeitos de liderar uma organização criminosa envolvida em lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Os mandados foram cumpridos nos estados do Paraná, Santa Catarina e Ceará.
Os dois principais líderes do grupo foram detidos em Curitiba e Balneário Camboriú (SC). Além das prisões, 33 mandados de busca e apreensão foram executados em diversas cidades dos três estados.
De acordo com as investigações da Receita Federal, a organização era comandada por empresários da região de Curitiba, atuantes nos setores de transportes, construção e de aluguel de máquinas pesadas.
A ação contou com cerca de 200 policiais federais e 20 auditores da Receita Federal, além do apoio da Polícia Militar de Santa Catarina (PM-SC).
Durante as buscas, os investigadores bloquearam bens dos suspeitos, incluindo contas bancárias, imóveis urbanos e rurais, veículos de luxo, jet-skis, caminhões e maquinários agrícolas. Além disso, foram apreendidas bolsas contendo mais de R$ 100 mil em espécie dentro de carros importados.
Segundo a PF, o líder da organização já tinha antecedentes criminais por tráfico internacional de drogas e utilizava documentos falsos para evitar a atenção das autoridades.
As investigações revelaram que o grupo estava envolvido em pelo menos duas remessas de cocaína. Uma delas, com 700 kg da droga, foi interceptada escondida em uma lixeira de metal destinada ao nordeste do país. A outra remessa, com cerca de 800 kg, foi apreendida em um navio rebocador na região de Santa Catarina.
Além do tráfico de drogas, o chefe do grupo usava pessoas e empresas “laranjas” para lavagem de dinheiro e de bens. Imóveis de luxo eram adquiridos em nome de uma imobiliária e de uma empresa de participações ligadas ao suspeito.
As empresas investigadas apresentavam declarações de faturamento à Receita Federal, mesmo sem prestar serviços ou registrar vendas de mercadorias, indicando atividades fraudulentas.
Durante a operação, também foram realizadas buscas em um escritório de contabilidade em Curitiba, suspeito de criar empresas em nome de “laranjas” e auxiliar na lavagem de dinheiro.
A PF destacou que uma das empresas investigadas gastou mais de R$ 8 milhões em máquinas pesadas para locação e serviços, sem, no entanto, prestar qualquer serviço, conforme aponta a investigação.
Em relação a uma empresa supostamente ligada a atividades esportivas, foram declarados valores falsos de prestação de serviços, visando justificar gastos pessoais do casal de líderes, que eram financiados por atividades criminosas.
Durante as buscas em imóveis de luxo, foram encontrados diversos veículos importados, maquinário agrícola, jet-skis e outros artigos de alto valor.
As investigações seguem em andamento para desmantelar completamente essa organização criminosa.
Foto: PF
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