A polícia da Índia continua com diligências intensivas nesta segunda-feira (4) em busca de mais quatro suspeitos envolvidos no chocante caso de estupro coletivo contra a turista Fernanda Santos, que possui dupla nacionalidade brasileira e espanhola e estava viajando pelo país. Três indivíduos já foram presos e levados a tribunal, onde as autoridades prometeram aplicar uma “punição rigorosa” aos culpados.
O incidente ocorreu na noite de sexta-feira (1º) no distrito de Dumka, no estado de Jharkhand, leste da Índia, onde Fernanda e seu marido, Vicente Barbera, cidadão espanhol, pararam para acampar durante sua viagem de moto. Segundo relatos da polícia, sete homens atacaram a mulher, número menor do que os inicialmente divulgados, que variavam de oito a dez agressores, conforme relatado pela imprensa local.
O policial Pitamber Singh Kherwar, em declarações à agência AFP, afirmou que uma equipe foi formada para localizar os suspeitos restantes, com a criação de uma força-tarefa para examinar minuciosamente a cena do crime. Ele assegurou que em breve todos os envolvidos serão detidos.
Os três suspeitos detidos foram conduzidos ao tribunal no domingo (3), com suas cabeças cobertas, permanecendo sob prisão preventiva. Santos e Barbera estiveram presentes no local. Kherwar enfatizou a necessidade de garantir uma punição severa aos culpados, como reportado pela agência de notícias Press Trust of India (PTI).
O total de prisões ainda é incerto. No domingo (3), o diretor-geral da polícia de Jharkhand, Ajay Kumar Sing, informou ao jornal The Indian Express que um quarto suspeito havia sido detido. No entanto, detalhes sobre este indivíduo não foram divulgados, e ele não compareceu ao tribunal.
O crime aconteceu em uma área remota da Índia. Inicialmente, o casal gravou vídeos descrevendo o ataque e os compartilhou nas redes sociais, mas posteriormente os removeu por recomendação policial, como relatado pelas vítimas em uma postagem temporária.
Segundo o jornal espanhol El País, o casal foi atacado logo após montar sua barraca para pernoitar, com Barbera descrevendo que os agressores o ameaçaram com uma faca no pescoço. Em vídeos divulgados, ambos exibiam ferimentos no rosto. “O que aconteceu conosco, nós não desejamos a ninguém”, lamentou Santos.
A Índia tem sido destacada como um dos países mais perigosos para mulheres no mundo. Uma pesquisa realizada em 2018 pela Fundação Thomson Reuters classificou o país asiático como o mais perigoso para violência sexual e trabalho sexual forçado, à frente de nações como Afeganistão e Síria.
Em 2022, a Índia registrou uma média de 90 estupros por dia, de acordo com dados do escritório nacional de registros criminais. No entanto, muitos casos não são denunciados devido ao estigma enfrentado pelas vítimas e à falta de confiança no sistema policial.
Os viajantes Santos e Barbera estão há cerca de cinco anos percorrendo o mundo em suas motocicletas, documentando suas jornadas nas redes sociais. Eles afirmam ter visitado 66 países e percorrido cerca de 17 mil quilômetros desde o início de sua aventura, atualmente explorando a Ásia, após passagens pelo Paquistão e Sri Lanka antes do ataque na Índia.
Foto: Reprodução / Redes Sociais
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