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Com o Brasil enfrentando um alarmante aumento nos casos suspeitos de dengue – quase 1 milhão desde o início do ano, segundo o Ministério da Saúde – a demanda por repelentes disparou, levando fabricantes a intensificar sua produção.
O déficit de vacinas disponíveis para combater a epidemia tem forçado a população a buscar alternativas para proteção, com repelentes sendo a escolha predominante.
Relatórios recentes indicam um crescimento significativo na venda de repelentes, com um aumento de 26,4% em volume e 45,5% em faturamento nas farmácias nos dois primeiros meses do ano, em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Esse aumento reflete a preocupação crescente da população com a doença, mas também coloca em destaque a pressão sobre os fabricantes para atender a essa demanda sem precedentes.
A indústria de repelentes, no entanto, enfrenta desafios, principalmente devido à dependência de matérias-primas importadas, necessárias para a produção dos três principais princípios ativos dos repelentes: icaridina, deet e IR 3535.
A Henlau Química, uma das principais fabricantes, relatou um aumento de 300% nas vendas deste ano, levando a empresa a duplicar seus turnos de produção. Mesmo assim, a escassez de embalagens e a demora no desembaraço aduaneiro ameaçam a continuidade do fornecimento.
Além disso, empresas como a SC Johnson e a Cimed também ampliaram seus turnos de produção, com a SC Johnson passando para três turnos em sua fábrica em Manaus, refletindo um aumento de 250% no volume de produção.
Apesar dos esforços, o diretor comercial da Cimed alerta para a possibilidade de não conseguir suprir a demanda crescente, dada a complexidade logística de importação dos ativos, especialmente o deet.
Com o pico da dengue previsto para os próximos meses, devido ao fenômeno El Niño, a preocupação com a disponibilidade de repelentes é alta.
Especialistas e fabricantes recomendam o uso consciente dos repelentes, seguindo as instruções específicas de aplicação para garantir a eficácia e evitar o uso excessivo.
Em meio a esses desafios, o Procon-SP aponta para um reajuste médio de 15,78% nos preços dos repelentes, refletindo os custos adicionais enfrentados pelos fabricantes e a pressão sobre o varejo.
A situação demanda uma atenção especial dos consumidores, que devem estar cientes das variações de preços e garantir o uso eficiente dos produtos para proteção contra a dengue.
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