Governo defende programa de cidadania na Ilha de Marajó após denúncias de exploração sexual infantil

A região é marcada pela pobreza, pela falta de infraestrutura e pela violência.

  • Foto: Reprodução/TV Record

    Após as denúncias de exploração sexual de crianças e adolescentes na Ilha de Marajó, no Pará, voltarem a ganhar destaque na mídia e nas redes sociais, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se manifestou sobre o assunto. Em nota, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) afirmou que a região é beneficiada pelo programa Cidadania Marajó, que visa combater essas situações e garantir o acesso a políticas públicas.

    O MDHC também pediu responsabilidade na divulgação das notícias e disse que a população de Marajó não deve ser estigmatizada como vítima de exploração sexual. “O Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania reforça a prioridade aos direitos humanos e à voz da população marajoara e, nesse sentido, enfatiza o compromisso em não associar imagens de vulnerabilidade socioeconômica ou do próprio modo de vida das populações do Marajó, em especial crianças e adolescentes, ao contexto de exploração sexual”, diz o comunicado.

    Cantora gospel Aymeê apresentou a música 'Evangelho de Fariseus' na semifinal do programa 'Dom Reality'
    Foto: Reprodução/Youtube/Cantora gospel Aymeê

    As denúncias de abuso e exploração sexual na Ilha de Marajó ganharam repercussão nacional nesta semana, depois que a cantora gospel paraense Aymeê Rocha, participante de um reality show musical, relatou a triste realidade enfrentada pelas crianças na ilha, incluindo tráfico de órgãos e prostituição infantil. A artista interpretou uma canção autoral chamada “Evangelhos de Fariseus”, que aborda a questão humanitária na ilha.

    A cantora recebeu o apoio de diversas personalidades que usaram suas plataformas nas redes sociais para denunciar os crimes e cobrar uma solução das autoridades. A influenciadora Deolane Bezerra, 36, chegou a fazer um apelo direto ao presidente Lula, pedindo uma ação urgente do governo federal. (Veja o vídeo abaixo) 

    “Bora presidente, bora cuidar dos nossos primeiros. Pode parar de arrumar confusão por aí, e cuidar do nosso Brasil, das nossas crianças. É inadmissível o que está acontecendo na Ilha de Marajó”, disse a advogada criminalista em um vídeo no Instagram.

    A Ilha de Marajó, que tem o pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do Brasil, segundo dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), é formada por 16 municípios e tem cerca de 250 mil habitantes. A região é marcada pela pobreza, pela falta de infraestrutura e pela violência. Segundo o site O Globo, entre 2017 e 2019, foram registrados 1.028 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes na ilha, sendo 80% deles praticados por familiares ou conhecidos das vítimas.

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