Tortura e abandono: irmãs que mantinham idosos em condições precárias se tornam rés na Justiça

Elas são acusadas de maus-tratos, lesão corporal, violência doméstica, falsa identidade e violação do Estatuto do Idoso.

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    Duas irmãs que administravam um abrigo clandestino para idosos em Ponta Grossa, nos Campos Gerais do Paraná, viraram rés por tortura e outros crimes, segundo o sistema Processo Eletrônico do Judiciário do Paraná (Projudi).

    Elas são acusadas de maus-tratos, lesão corporal, violência doméstica, falsa identidade e violação do Estatuto do Idoso. Elas deixavam de prestar assistência, expunham os idosos a perigo e os privavam de alimentos e cuidados.

    O abrigo ilegal foi interditado pela Vigilância Sanitária em 14 de janeiro, depois que uma idosa de 68 anos fugiu e pediu socorro na rua. Câmeras de segurança registraram a fuga. A denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR) foi aceita pela Justiça no dia 19.

    As irmãs, identificadas como Márcia Jaqueline Ramos e Simone de Elisandra Ramas, estão presas preventivamente. Elas cobravam entre um salário mínimo e R$ 1,9 mil de cada um dos nove idosos que mantinham no local.

    O delegado Romeu Ferreira disse que ainda não sabe se os familiares dos idosos sabiam das condições do abrigo. O MP-PR afirmou que os idosos sofriam violência física e emocional, sendo agredidos com puxões de cabelo, socos e arranhões.

    O MP-PR pediu que as irmãs paguem uma indenização por danos morais às vítimas. O órgão também encontrou cartões de contas bancárias e de benefícios dos idosos com as acusadas.

    Os idosos, com idades entre 51 e 82 anos, foram levados para a rede de proteção social do município. Alguns deles disseram ser de Colombo, na Região Metropolitana de Curitiba, e foram encaminhados para a cidade.

    A denúncia do MP-PR apontou que o abrigo clandestino tinha péssimas condições de higiene e segurança. O piso era escorregadio, havia escadas e desníveis, não havia camas e os idosos dormiam no chão. Os remédios eram desorganizados e sem identificação. Os idosos não tinham alimentação adequada nem acompanhamento médico. Três deles precisaram de atendimento médico por desidratação, pressão alta e estado debilitado.

    Fonte: G1 PR

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