Jogadores de futebol sofrem com violência e abuso no trabalho, alerta Fifpro

Segundo o sindicato global de jogadores, eles sofrem com objetos lançados das arquibancadas, invasões de campo, ofensas verbais e até ataques fora dos estádios.

  • Foto: Reprodução / Susana Vera

    O relatório “O impacto da violência contra jogadores de futebol em seu local de trabalho”, divulgado pela Fifpro nesta quinta-feira (11), revela que os jogadores de futebol enfrentam cada vez mais riscos de segurança no seu ambiente de trabalho. Segundo o sindicato global de jogadores, eles sofrem com objetos lançados das arquibancadas, invasões de campo, ofensas verbais e até ataques fora dos estádios.

    O relatório, que se baseia em entrevistas com jogadores, pesquisas com sindicatos nacionais, reportagens da mídia e uma pesquisa do Dr. Joel Rookwood, da University College Dublin, mostra que os jogadores muitas vezes se sentem impotentes para denunciar a violência, com medo de piorar a situação ou prejudicar suas carreiras.

    “Tenho a sensação de que esse acesso constante ao meu verdadeiro eu como jogador reduziu o limite dos torcedores no estádio a um ponto em que alguns acham que têm o direito de fazer coisas que na verdade não têm”, disse um jogador entrevistado.

    A violência pode afetar negativamente o desempenho e a saúde mental dos jogadores, segundo o relatório. Oitenta e oito por cento dos sindicatos afirmaram que a ameaça de violência impacta a qualidade do jogo e 83% disseram que isso contribui para problemas como depressão.

    O relatório também aponta que os jogadores e os sindicatos desejam mais medidas de segurança, como scanners e reconhecimento facial, para identificar e punir os agressores. Além disso, 88% dos sindicatos defenderam que os clubes deveriam banir os torcedores violentos.

    “Considerando os níveis crescentes de violência, é importante que as partes interessadas no futebol, os parceiros sociais e as instituições públicas aumentem a cooperação para identificar medidas que garantam a segurança dos jogadores, funcionários e espectadores”, disse Alexander Bielefeld, diretor de política global e relações estratégicas da Fifpro para o futebol masculino. “Os clubes, as ligas e as federações têm a responsabilidade de garantir que os jogadores, como funcionários, tenham um ambiente de trabalho seguro para atingir seu máximo desempenho.”

    O relatório destaca alguns casos de violência contra os jogadores na última temporada. Os artefatos de pirotecnia ou foguetes lançados no campo foram os mais frequentes, com cerca de 114 ocorrências, causando lesões graves em alguns jogadores. Em setembro de 2022, o goleiro da Universidad de Chile Martin Parra foi hospitalizado após ser atingido por um foguete.

    O relatório também cita casos de abuso racial contra jogadores, como o atacante do Real Madrid, Vinicius Jr., que foi alvo de ofensas racistas em um jogo contra o Valencia. O clube espanhol foi multado e teve que fechar parte do seu estádio por três jogos.

    A violência também atingiu os jogadores e os times fora de campo. Em outubro, o técnico do Olympique Lyonnais, Fabio Grosso, ficou ferido no olho quando o ônibus do time foi atacado por torcedores do Marselha. O jogo foi adiado.

    Fonte: Agência Brasil

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