Em delação, Ademar Traiano e ex-deputado confessaram recebimento de propina

Assunto da delação se tornou público após a Justiça derrubar uma liminar que impedia três veículos de imprensa do Paraná de abordar o assunto. Esquema teria ocorrido em 2015.

  • Assunto da delação se tornou público após a Justiça derrubar uma liminar que impedia três veículos de imprensa do Paraná de abordar o assunto. Esquema teria ocorrido em 2015.

    Por Redação

    O presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, Ademar Traiano (PSD) e o ex-deputado estadual Plauto Miró (União Brasil), confessaram o recebimento de propina no exercício do cargo. O assunto se tornou público na noite dessa quarta-feira (6), após o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR) derrubar uma liminar que impedia a RPC, G1 e Plural de fazerem reportagens sobre o assunto.

    Os três veículos abordaram uma delação premiada do empresário Vicente Malucelli, do grupo J.Malucelli de Comunicação, afirmando que os dois parlamentares exigiram propina de R$ 100 mil cada durante o processo de renovação da concessão da TV Icaraí, no ano de 2015. Na época, a emissora era a responsável pelas transmissões da TV Assembleia. O processo ainda corre em segredo de Justiça.

    As reportagens dos veículos também citam um acordo de não persecução penal fechado por Traiano e Miró junto ao Ministério Público do Paraná (MP-PR), assinado no fim de 2022. Nele, os parlamentares poderiam negociar suas penas caso confessassem o crime. Pelos termos do acordo, cada parlamentar pagará uma reparação de R$ 187 mil cada.

    Pelos termos do acordo, Traiano e Miró confessaram ter recebido propina durante a renovação do contrato da TV Assembleia. O empresário responsável pelo pagamento das propinas gravou as conversas que teve com os deputados. Os áudios passaram por perícia, que não constataram nenhuma adulteração.

    Procurados pela reportagem da Gazeta do Povo, Vicente Malucelli, Ademar Traiano, Alep e MP-PR disseram, em nota, que não vão se pronunciar sobre a delação e o acordo porque o processo está correndo sob sigilo na Justiça.

    Foto: Arquivo/Alep

    Comentários estão fechados.