Vereadora foi uma das idealizadoras de um projeto que tentou instituir a data como feriado municipal, em julho. Ao Maringá Post, a parlamentar lamentou que a ideia não tenha sido aprovada em Maringá: “Perdemos a chance de protagonizar esse processo”.
Por Victor Ramalho
Na quarta-feira (29), a Câmara dos Deputados aprovou, em Brasília, a instituição do dia 20 de novembro como feriado nacional em comemoração ao Dia da Consciência Negra. Aprovado por 286 votos a 121, o projeto, que já havia sido aprovado pelo Senado em 2021, agora segue para sanção presidencial.
A relatoria do projeto é da deputada federal pelo Rio Grande do Sul, Reginete Bispo (PT), integrante da recém-criada ‘bancada negra’ do Congresso Nacional.
O Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra teve sua celebração instituída pela Câmara dos Deputados em 2011. À época, no entanto, os parlamentares decidiram não tornar a data um feriado. Desde então, estados e municípios instituíram o feriado individualmente, embora ele não seja celebrado em todos os lugares.
Em Maringá, um projeto visava tornar o 20 de novembro feriado municipal. O texto foi votado na Câmara Municipal no dia 11 de julho e rejeitado por 6 votos a 5, após uma votação tumultuada.
A vereadora Professora Ana Lúcia (PDT) foi a idealizadora da proposta na época, ao lado de Belino Bravin (PSD), Adriano Bacurau (Rede) e Doutor Manoel (PL). Nesta sexta-feira (1º), ela conversou com o Maringá Post e comemorou a aprovação da data em Brasília.
“É um grande avanço para o reconhecimento da importância da população negra no Brasil na atualidade e para o nosso futuro. Foi muito importante e resultou, certamente, do fato de mais de mil municípios pelo país já terem instituído esse feriado e isso certamente acabou exercendo uma pressão sobre a Câmara Federal, para que ela fosse protagonista do processo”, disse.
Ana Lúcia lembrou da tramitação do projeto dela em Maringá e lamentou que a ideia tenha sido rejeitada, na época, pelos colegas de Câmara Municipal. Na visão da parlamentar, a Cidade Canção perdeu a chance de ser protagonista no processo.
Acredito que Maringá perdeu uma grande oportunidade de também protagonizar esse processo quando propomos, esse ano, o feriado municipal. Teria sido o reconhecimento ao nosso povo maringaense, teria sido uma homenagem a história dessa população que não é uma minoria, como é chamada popularmente, mas representa no Brasil 56% da população, aqui em Maringá este número é de 30%. Considero uma vitória do movimento e da justiça social, certamente um avanço para toda a sociedade”, finalizou.
Foto: Arquivo/CMM
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