Áudio vazado revela suposto esquema de “rachadinha” do deputado André Janones

O áudio teria sido gravado em 2019 por um ex-assessor, após Janones se eleger pela primeira vez para a Câmara Federal.

  • Um escândalo envolvendo o deputado federal André Janones está ganhando destaque após a divulgação de um áudio onde ele supostamente exige parte dos salários de seus assessores para uso pessoal. 

    Esta revelação, inicialmente reportada pela coluna de Paulo Cappelli do jornal Metrópoles, lança suspeitas sobre práticas ilícitas dentro da Câmara dos Deputados.

    De acordo com o material divulgado, Janones, que alcançou expressiva votação em Minas Gerais em 2022, sendo o segundo parlamentar mais votado do estado, teria pedido aos seus assessores, em 2019, após se eleger pela primeira vez para uma vaga na Câmara, que contribuíssem financeiramente para suas despesas pessoais. As demandas do deputado incluíam custos com casa, carro, poupança e previdência.

    Este tipo de prática, conhecida como “rachadinha”, configura um ato de enriquecimento ilícito e dano ao patrimônio público, podendo levar à inelegibilidade, conforme entendimento do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

    O áudio, gravado pelo jornalista Cefas Luiz, ex-assessor de Janones, em fevereiro de 2019, revela o deputado tentando convencer seus assessores a participar do esquema, alegando perdas financeiras de campanhas políticas passadas.

    A gravação, que será entregue à Polícia Federal junto com outras provas de supostas irregularidades, sugere que Janones estava ciente das implicações legais de suas ações, mas aparentemente desconsiderava as consequências. Em um momento de franqueza, ele menciona que não se importaria em perder o mandato devido a essas práticas.

    Enquanto isso, a assessoria de Janones classifica os áudios como “tirados de contexto”, sem oferecer mais esclarecimentos. O caso ganha ainda mais relevância considerando o histórico político de Janones, que, em 2022, anunciou sua intenção de candidatar-se à Presidência da República, antes de se unir à campanha de Lula.

    O Supremo Tribunal Federal (STF) ainda está para decidir se a “rachadinha” constitui crime de peculato ou corrupção, com um julgamento pendente envolvendo outro deputado, Silas Câmara do Amazonas.

    Foto: Redes Sociais

    Ouça abaixo o áudio: 

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