‘Crime e Castigo’: Peça apresentada por detentos recebe menção honrosa do Festival de Teatro de Pinhais

Em uma adaptação de “Crime e Castigo”, o espetáculo conta com a participação de dois detentos da Casa de Custódia de Maringá.

  • O Projeto “Crime e Castigo”, inspirado na obra de Fiódor Dostoiévski, começou no sistema prisional em junho de 2023 e agora chegou ao palco de um dos maiores festivais do Paraná: o 16º Festival de Teatro de Pinhais.

    O espetáculo conta com a participação de dois detentos da Casa de Custódia de Maringá: Claudeir Fidélis e Rogério Marco Fonseca. Antes do projeto, os dois nunca tiveram experiência em um teatro e treinaram em um palco improvisado no presídio. Com muito esforço e dedicação, eles superaram as dificuldades sociais e estruturais e se tornaram verdadeiros artistas.

    Em meio a grupos teatrais de todo o Brasil, o Projeto “Crime e Castigo” recebeu uma Menção Honrosa, indicado por todos os jurados. Para os diretores Adauto da Silva e Marco Antonio Garbellini, a premiação veio coroar o encerramento do projeto que se encerra no mês de novembro.

    Essa é a segunda premiação que Garbellini recebe do Festival de Teatro de Pinhais. No ano passado, com o projeto “Memórias de Aninha”, inspirado na obra de Cora Coralina, ele recebeu a indicação de Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Técnia, recebendo assim o prêmio de Melhor Diretor.

    Toda a equipe direção ficou agradavelmente surpresa pela maneira como a peça vem sendo recebida pela classe teatral e pelo público em geral.

    A TRAJETÓRIA

    Em maio de 2023, o projeto “Crime e Castigo” começou a ser realizado em presídios de todo o estado do Paraná. Na Casa de Custódia de Maringá, a obra foi montada em peça teatral.

    A princípio, o espetáculo teatral foi apresentado na CCM (Casa de Custódia de Maringá) e na sequencia apresentação aconteceu na CPIM (Colônia Penal Industrial de Maringá).

    Após uma curta temporada no mês de junho no Teatro Barracão, o projeto foi convidado para participar da FLIM (Festa Literária Internacional de Maringá) no palco Circo Literário. O secretário de cultura de Maringá, Victor Simião, assistiu a peça na CPIM e convidou o projeto para participar da FLIM (2023).

    “Mesmo debaixo de muita chuva e temporal, tivemos um público de 80 pessoas, num espaço que cabiam 100 pessoas”, conta a equipe de criação.

    O convite para participar de outras mostras continuou com a seleção para participar da mostra profissional, como grupo convidado do 20. FETACAM – Festival de Teatro de Campo Mourão, que aconteceu do dia 18/10 até o dia 28/10 – dez dias de apresentações com grupos do estado de São Paulo e Paraná que foram selecionados. E, na mostra profissional do 16º Festival de Teatro de Pinhais.

    A equipe de criação conta com os diretores: Adauto da Silva e Marco Antonio Garbellini; as professoras que adaptaram o texto: Gislaine Rodrigues, Vania Rossi e, com os atores: Claudeir Fidélis e Rogério Marco Fonseca.

    Para as considerações finais do projeto, o grupo explica que a maior parte do público que assiste à peça não sabe como se deu o processo de criação e nem quem são as pessoas realizando o trabalho.

    “Geralmente, quando temos debate, as pessoas ficam surpresas por saberem que esse projeto, nasceu dentro do sistema prisional. E, que os atores que realizam a peça nunca tinham feito teatro. A qualidade artística, tanto da dramaturgia, quanto da direção do espetáculo, como a execução realizada pelos atores, é outro elemento de encantamento apontado por parte da audiência, durante os debates”.

    Apoio:

    DEPPEN – CEEBJA – Tomires Moreira de Carvalho – CCM (Casa de Custódia de Maringá), Penitenciária Estadual de Maringá (PEM) e na Penitenciária Industrial de Maringá – Unidade de Progressão (PIM-UP) – CCEPMA (Conselho da Comunidade de Execuções Penais da Comarca de Maringá) e Secretaria de Cultura.

    Foto: Divulgação

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