Com calor excessivo, vendas de ar-condicionado disparam no Brasil

A expectativa é que o ano termine com a venda de 4 milhões de aparelhos no país, indicando uma forte recuperação.

  • O calor escaldante e a baixa umidade que têm dominado boa parte das cidades brasileiras têm impulsionado as vendas de produtos que ajudam a amenizar o desconforto térmico.

    Só no Distrito Federal, o comércio de ar-condicionado e ventiladores registra um aumento significativo nas vendas, com crescimento de até 60% nas últimas semanas.

    De acordo com dados da Associação Brasileira de Refrigeração, Ar-Condicionado, Ventilação e Aquecimento (Abrava), as vendas de ar-condicionado tiveram um salto notável no segundo semestre em todo o Brasil, com um aumento médio de 38% em relação ao ano anterior.

    A expectativa é que o ano termine com a venda de 4 milhões de aparelhos no país, indicando uma forte recuperação após um ano prejudicado por juros elevados em 2022.

    O presidente do departamento de comércio e distribuição da Abrava, Toríbio Rolon, enfatiza que a alta nas vendas vem sendo observada desde o primeiro semestre, quando a procura cresceu 25% em comparação com o mesmo período do ano anterior. O tipo “split” de ar-condicionado, o mais comum em residências e no comércio, lidera as vendas.

    No entanto, esse aumento na demanda tem impactado os preços. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nos últimos meses, o preço no varejo subiu quase 10%, sendo que somente em outubro, a alta de preços chegou a 6,09%, o segundo maior aumento entre os itens não alimentícios medidos pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

    O IBGE atribui essa alta de preços ao aumento da demanda e à redução da oferta.

    A mesma mudança climática que tem impulsionado o interesse dos consumidores pelo ar-condicionado também é responsável pela queda na oferta no mercado.

    A seca que afeta o Brasil resultou em níveis extremamente baixos dos rios no Amazonas, prejudicando o transporte fluvial na região.

    Isso impacta diretamente a logística das fabricantes de ar-condicionado concentradas na Zona Franca de Manaus, que dependem do transporte fluvial para receber peças e componentes e enviar os equipamentos prontos para o varejo.

    Foto: COPEL

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