Em meio ao avanço tecnológico e à valorização da saúde e bem-estar, a indústria do antienvelhecimento tem registrado um crescimento robusto, com o mercado global de suplementos para saúde das articulações e dos ossos alcançando a marca expressiva de R$ 50 bilhões.
Dados do Euromonitor International e da consultoria Allied Market Research destacam um setor em plena ascensão, impulsionado pelo crescente interesse em manter a juventude e fortalecer o corpo humano de dentro para fora.
No Brasil, o colágeno hidrolisado, conhecido por sua capacidade de promover a elasticidade da pele e fortalecer ossos e articulações, emerge como protagonista dessa tendência. A popularidade deste suplemento surge como herança cultural da tradição do mocotó, com a modernidade trazendo o colágeno em formas mais práticas de consumo, como pós e cápsulas, dispensando a necessidade de prescrição médica e tornando-o acessível a um público mais amplo.
Gigantes do setor como a JBS e a antiga Rousselot, agora parte da Darling Ingredients, têm feito movimentos estratégicos, investindo milhões e expandindo suas operações para atender à demanda que cresceu mais de 15% ao ano nos últimos cinco anos. A presença de rebanhos bovinos superando o número de habitantes no Brasil, conforme relata o IBGE, sublinha a abundância de matéria-prima disponível para a produção de colágeno.
Entretanto, a expansão desse mercado vem acompanhada de desafios ambientais significativos. A pressão de ambientalistas e relatórios investigativos alertam para as consequências do desmatamento e da pressão sobre áreas de conservação, uma vez que a cadeia de produção do colágeno frequentemente se sobrepõe a regiões ecologicamente sensíveis.
Em resposta, empresas como a Gelita têm afirmado seu compromisso com a sustentabilidade, enfatizando a rastreabilidade de suas cadeias de suprimento e a adoção de práticas que respeitam o meio ambiente. A questão da rastreabilidade é crucial, visto que não está submetida aos mesmos padrões exigidos para outros produtos associados ao desmatamento e violações de direitos humanos.
À medida que o interesse por uma aparência jovial e um envelhecimento saudável continua a ganhar terreno, o mercado se adapta para atender a essa demanda crescente. Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Alimentos para Fins Especiais e Congêneres (Abiad), o colágeno tem se destacado, com um notável crescimento de consumo de 167% no Brasil, refletindo uma tendência global.
Foto: Freepik
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