Crédito: Hernán Cañellas
A origem da Lua é um dos grandes enigmas da ciência. A teoria mais aceita é que ela se formou a partir dos destroços de um planeta chamado Theia, que se chocou com a Terra há bilhões de anos. Mas onde estão os restos de Theia? Nenhum sinal dele foi encontrado no sistema solar.
Um novo estudo, publicado na revista Nature, sugere que os fragmentos de Theia ainda estão na Terra, enterrados no manto profundo. Segundo os pesquisadores, Theia se incorporou ao manto da Terra após a colisão e se solidificou, formando duas grandes massas de material diferente do manto circundante.
Essas massas, chamadas de Grandes Províncias de Baixa Velocidade ou LLVPs, foram descobertas na década de 1980. Elas estão localizadas sob a África e o Oceano Pacífico e têm uma densidade maior que a do manto. Elas também se destacam quando medidas com ondas sísmicas. Mas até agora, ninguém sabia de onde elas vieram.
A ideia de que elas poderiam ser restos de Theia surgiu na mente do geofísico Qian Yuan, da Universidade do Estado do Arizona, quando ele assistiu a um seminário sobre a Hipótese do Impacto Gigante em 2019. Ele percebeu que as características das LLVPs combinavam com as de Theia e começou a investigar sua teoria.
Ele encontrou apoio em outros cientistas que estavam modelando o impacto gigante e mostraram que Theia não se misturou completamente ao manto da Terra, mas deixou partes de seu material intactas. Essas partes poderiam ter se acumulado nas profundezas da Terra e formado as LLVPs.
A teoria foi confirmada por um estudo publicado na quarta-feira (1º), que usou dados sísmicos para mostrar que as LLVPs têm uma composição química diferente da do manto e que elas são antigas o suficiente para terem se originado do impacto de Theia.
Se a teoria estiver certa, ela não só explicaria a origem da Lua, mas também resolveria um mistério geofísico. Além disso, ela mostraria que Theia ainda vive na Terra, mesmo depois de bilhões de anos.
“É como se Theia ainda estivesse conosco”, disse Yuan.
Fonte: Nasa
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