O Rio de Janeiro viveu uma segunda-feira (23) de terror na Zona Oeste da cidade. Um grupo de milicianos, em represália à morte do sobrinho do líder da milícia local, Zinho, ateou fogo em 35 ônibus, gerando um prejuízo estimado em mais de R$ 37 milhões.
A violência ocorreu após a morte de Matheus da Silva Rezende, número dois na hierarquia do grupo miliciano, durante um confronto com a Polícia Civil.
A cidade agora enfrenta desafios logísticos e financeiros significativos. O prejuízo financeiro com a destruição dos ônibus ultrapassa os R$ 37 milhões, considerando que 30 ônibus comuns, avaliados em cerca de R$ 850 mil cada, e 5 veículos BRT, cujo valor individual é de R$ 2,4 milhões, foram incendiados.
Segundo o comentarista da GloboNews, André Trigueiro, a reposição dos veículos demorará pelo menos seis meses.
Para os moradores e trabalhadores da Zona Oeste, o cenário é desafiador, visto que 70% das pessoas que se deslocam pelo Rio de Janeiro usam o transporte coletivo de ônibus. A destruição dos veículos culminará em pontos de ônibus lotados, menos circulação de veículos e dificuldades no deslocamento diário.
A violência se estendeu para várias áreas, com relatos de ataques em bairros como Campo Grande, Santa Cruz, Guaratiba, entre outros. Além dos ônibus, outros veículos e pneus foram incendiados, complicando ainda mais a mobilidade na região. Passageiros relatam momentos de pânico, sendo forçados a evacuar os ônibus rapidamente, resultando em ferimentos para alguns.
Após os ataques, 12 suspeitos foram detidos. O governador Cláudio Castro, em reação à onda de violência, classificou os responsáveis como “terroristas” e prometeu uma perseguição rigorosa aos líderes criminosos da região.
A retaliação ocorreu após uma operação da Polícia Civil que resultou na morte de Matheus da Silva Rezende, também conhecido como Teteu e Faustão. A operação foi elogiada pelo governador, que reiterou o compromisso do estado em enfrentar o crime organizado na região.
O incidente também impactou o funcionamento do sistema BRT na Zona Oeste, com apenas algumas linhas operando. A situação causou transtornos significativos, com a cidade registrando o dobro do congestionamento médio e várias escolas foram afetadas, prejudicando mais de 17 mil alunos.
Os moradores da Zona Oeste, que representam cerca de 41% da população carioca, esperam agora por medidas de segurança reforçadas e soluções rápidas para a crise de transporte que se instaurou na região.
Foto: Reprodução
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