Partidos antagônicos no cenário nacional até 2018, eles poderão estar juntos na disputa pela Prefeitura de Maringá em 2024. Deputado Federal e presidente do PSDB no Paraná, Beto Richa conversou com a Jovem Pan Maringá nessa segunda-feira (9).
Por Victor Ramalho
Representando visões antagônicas de mundo, gestão pública e economia, o Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) e o Partido dos Trabalhadores (PT) protagonizaram uma das maiores rivalidades entre legendas políticas na história do Brasil a partir do fim da década de 1990.
Entre 1994 e 2014, os dois partidos monopolizaram as disputas presidenciais, com PSDB levando a melhor em 1994 e 1998 e o PT vencendo as demais. Atualmente, o PSDB se posiciona como oposição ao Governo Lula (PT) em nível nacional. No entanto, essa rivalidade parece não estar mais “à flor da pele”, tirando pelo exemplo de Maringá.
Na Cidade Canção, as duas legendas estão juntas na coalizão “Juntos por Maringá”, que reúne ainda PDT, PCdoB, PSOL, PV, Rede e Solidariedade. Lançada na última sexta-feira (6), a coalização de partidos de esquerda e centro-esquerda tem o objetivo de lançar um candidato único à Prefeitura de Maringá nas eleições de 2024.
A união dos antigos ‘rivais’ em nível nacional chamou a atenção dos eleitores e foi pauta de uma entrevista concedida pelo deputado federal e presidente do PSDB no Paraná, Beto Richa, ao RCC News 18, noticioso da rádio Jovem Pan Maringá nessa segunda-feira (9).
Richa, que também foi governador do Paraná entre 2011 e 2018, foi questionado pelo comentarista Rogério Calazans sobre qual era a opinião dele sobre a união das duas legendas. Beto afirmou que o “diálogo faz parte da democracia” e reforçou que todos os partidos que quiserem compor com a candidatura do pré-candidato da legenda em Maringá, Evandro de Freitas, são bem vindos.
“Vamos deixar claro que o diálogo faz parte da democracia. Temos nosso companheiro, o Evandro (de Freitas), que é o presidente do partido em Maringá, já foi candidato ao Executivo em 2020 e tem pretensão de disputar novamente, construir a viabilidade da sua candidatura. É natural que existam conversas, algum entendimento na busca de uma coalizão de forças. Se os partidos quiserem apoiar o projeto do PSDB, acho que são bem vindos. Mas, como estamos ainda há 1 ano das eleições, acho que tudo pode acontecer”, afirmou.
Beto Richa criticou partidos de direita e centro-direita que hoje compõe o Governo Lula, lembrou que o PSDB foi convidado para estar na base e recusou o convite. No entanto, ele alega que o posicionamento do PSDB é o de uma “oposição responsável”.
“Se formos ver em um município ou outro, tivemos coligações de partidos de extrema direita com extrema esquerda, acho que precisamos respeitar as nuances locais. Se conseguirmos efetivar uma candidatura do Evandro para a Prefeitura de Maringá, todos são bem vindos para apoiar o projeto liderado pelo PSDB, não vejo problema nisso. Acho que podemos questionar partidos de centro ou de direita que integram o governo do PT hoje, como o União Brasil, o PP. O PSDB foi convidado para compor o Governo Lula, mas foi o único partido que lançou uma nota não aceitando qualquer cargo ou ministério, anunciando uma oposição responsável e construtiva, não somos adeptos do pior para enfraquecer o Governo. Temos uma oposição bastante responsável, mas o que for bom para o Brasil, votaremos a favor e o que for ruim não teremos nenhuma dificuldade em ir contra, não temos cargos ou ministérios que nos prendam em qualquer decisão”, declarou.
A entrevista de Beto Richa à Jovem Pan Maringá, comandada pelo âncora Thiago Danezi e com comentários de Rogério Calazans, Regeane Guzzoni, Emerson Celestino e Henri Viana “Francês”, pode ser conferida na íntegra no YouTube.
Foto: Arquivo/Câmara dos Deputados
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